O comunicador do Grupo RBS, Mário Motta palestrou sobre "A influência da mídia nas decisões políticas" na noite de ontem (6), na Escola de Governo e Cidadania da AMVALI. Esteve representando o Presidente da AMVALI, Prefeito Dieter Janssen, a chefe de gabinete Fernanda Klitzke.
Mário Motta iniciou falando sobre a influência da memória individual e coletiva na interpretação do mundo e disse que "as pessoas vêem e sentem o mundo de forma diferente. Cada um "filtra" o mundo da sua maneira. Cada um possui preconceitos, medos, interesses pessoais, que mudam a forma como entende as coisas. Duas pessoas que estão lado a lado vendo um fato podem não contar a mesma história".
É importante eliminar os ruídos de comunicação na produção de uma matéria. A melhor forma de contar uma história é assistindo-a pessoalmente. E, mesmo assim, deve-se ouvir o maior número possível de pessoas que viram ou participaram do fato. Cada um vai dar sua versão, recheada de opiniões pessoais. Cada um vai contribuir com a reconstrução de uma realidade que passou. Com a sobreposição de versões é possível montar um retrato aproximado do fato. Quanto mais versões ouvidas, mas fiel será o retrato.
Segundo Mário "não busque apenas a versão dos poderosos, das autoridades. Vá atrás também da versão dos pequenos, dos excluídos, pois esses são o combustível que movimenta a roda da história. Com isso, você nunca encontrará a "verdade", mas terá um bom reflexo dela. Para garantir, um conselho: seus olhos e ouvidos podem te enganar".
Manipulamos a informação quando: escolhemos determinado entrevistado e não outro por conta de afinidades pessoais ou de opinião (é "normal" a gente procurar pessoas que pensam como a gente); quando tomamos como referência apenas uma fonte bibliográfica (um livro bonito não conta necessariamente a verdade); quando escolhemos determinado entrevistado e não outro por conta de afinidades pessoais ou de opinião (é "normal" a gente procurar pessoas que pensam como a gente); quando tomamos como referência apenas uma fonte bibliográfica (um livro bonito não conta necessariamente a verdade); quando não ouvimos o "outro lado" da notícia (não ter direito à defesa pode acabar com a vida de alguém); e quando por preguiça ou incompetência, não checamos as informações.
Também manipulamos a informação quando: enquadramos uma determinada imagem em uma fotografia (Por que tal pessoa ficou de fora? Por que ela aparece bocejando?); alteramos ou manipulamos digitalmente para retirar algo que consideramos incômodo ou para passar uma ideia diferente, mesmo com boa intenção.
Outros tópicos explanados foram: a censura versus a autocensura; os elementos de opinião (charge, artigo e editorial) e os elementos noticiosos (reportagens, notícias e fotografias); o posicionamento político e ideológico do jornalista; e a ética.