A Escola de Governo e Cidadania da AMVALI realizou na noite de ontem (10), a 24ª palestra deste ano, o tema foi "Revolução Verde", ministrada por Nilsa Schroeder Gramkow, agricultora orgânica do Sítio do Rio do Braço, em Joinville, onde é desenvolvida unidade didática do Projeto de Revitalização do Rio do Braço.

Nilsa destacou que a Revolução Verde iniciou em 1945 com o objetivo de intensificar a oferta de alimentos para combater a fome e modernizar o processo produtivo. Historicamente, a revolução verde refere-se a invenção e disseminação de novas sementes e práticas agrícolas, principalmente em países menos desenvolvidos, sendo uma nova tecnologia e uma forma de aumentar a produção agrícola no mundo.

A palestrante também falou sobre o consumo de agrotóxicos que no mundo chega a 2,5 milhões de toneladas e no Brasil é superior a 750 mil toneladas. Nos últimos 40 anos, o Brasil aumentou em 700% o consumo de agrotóxicos, sendo que a região Sul consome 31% de agrotóxicos e a região Sudeste chega a 38%.

O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos chegando a 19%, depois vem os Estados Unidos com 17% e os outros países somam o restante 64%. Outro dado importante é que somente em 2011 foram registradas no Brasil 8.000 mil intoxicações alimentares, o que aumenta os custos públicos com saúde. Nos EUA, a cada dólar gasto na compra de agrotóxico reverte em 1,28 dólar de gasto em saúde.

Segundo Nilsa, na cidade de Unaí (MG) que é destaque na produção agrícola, registra 1.260 novos casos de câncer por ano a cada 100 mil habitantes em decorrência ao uso de agrotóxicos. A incidência mundial média é de 600 casos por 100 mil habitantes no mesmo período.

O uso de agrotóxicos mata e pode causar má formação fetal, dor de cabeça, diarreias, vômitos, desmaios, náuseas, problemas de rim, doenças de pele, irritação ocular e auditiva, depressão, lesão neurológica, câncer, problemas hormonais, neurológicos e reprodutivos.

De acordo com Nilsa "os agrotóxicos são químicos venenosos utilizados para controlar insetos, ervas e doenças em agricultura e em áreas urbanas e para propósitos de saúde pública. Devemos analisar o que consumimos, pois o bonito nem sempre é o mais saudável. A alternativa é consumir alimentos orgânicos, os quais não utilizam agrotóxicos e adubos químicos em seu processo de produção, nem antibióticos, hormônios e outros insumos químicos".

Outro dado apresentado foi que um terço dos alimentos consumidos pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicos. Os agrotóxicos causam impacto à saúde e ao ambiente. Dentro os objetivos dos sistemas orgânicos estão: contribuir para o debate de um novo modelo de desenvolvimento sustentável tendo como base a produção orgânica para a saúde integral das pessoas, dos animais, dos vegetais e do planeta; e a sustentabilidade econômica e ecológica, maximização dos benefícios sociais, minimização da dependência de energia não renovável. O consumo de produtos orgânicos no Brasil está crescendo a cada ano, sendo que em 2010, o faturamento do setor teve um aumento de 40%.

Nilsa apresentou o perfil do consumidor brasileiro de produtos orgânicos salientando que: 70 % tem renda elevada; 70 % tem curso superior; 70 % são mulheres; 70 % tem entre 40 e 60 anos; 85 % usam a Internet; valorizam a saúde preventiva, a preservação do ambiente em moram nas grandes cidades.

Na próxima terça-feira, dia 17, às 19 horas, na sede da AMVALI, palestrará na Escola de Governo e Cidadania da AMVALI, Márcio Manoel da Silveira, sobre o tema "Turismo como Indutor do Desenvolvimento Econômico".