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Em coletiva à imprensa FECAM apresenta os motivos das dificuldades enfrentadas pelos municípios e as reivindicações para solucioná-las

Na voz do presidente da Federação Catarinense de Munícipios – FECAM e prefeito de Taió, Hugo Lembeck, os municípios catarinenses mostraram os motivos que estão levando este ente federativo à falência durante coletiva concedida à imprensa concedida.

A manifestação foi organizada pela FECAM e pelas Associações de Municípios de Santa Catarina e ocorreu na manhã desta sexta-feira (11), na Assembleia Legislativa, com 80 participantes entre prefeitos, vice-prefeitos, secretários e autoridades de diversas regiões do estado, o movimento municipalista clamou pelo aumento das Transferências Constitucionais e pelo fim da aprovação de leis atribuídas aos municípios sem a devida indicação da fonte de financiamento.

"Cada dia aumenta a responsabilidade, é um programa novo, ESF CRAS CRES, sem contrapartida financeira para fazer frente a essas despesas que aparecem, temos que nos organizar, a FECAM tem esse papel importante, mobilizando os prefeitos junto com a CNM para buscar a sensibilidade do governo federal, dos deputados, para que possam sentar a mesa e discutir quando criar leis que venham auferir diretamente as finanças dos municípios" explica o presidente. "Hoje o custeio da máquina pública é pesado. Nos sobra de 3% a 5% no município para investimento. Isso inviabiliza as administrações para que possam fazer aquilo que a população necessita, que são obras e melhorias na qualidade de vida da população", completa.

O ato de protesto faz parte da campanha "Viva o seu Município", deflagrada pela Confederação Nacional de Municípios – CNM. As manifestações estão ocorrendo em todas as capitais do Brasil, durante todo o dia, como uma forma de informar as dificuldades enfrentadas pelos municípios e sensibilizar a sociedade, despertando a cidadania de cada.

Motivos da Crise

  • Deterioração do FPM – Em 1989 o recurso do Fundo de Participação dos Municípios representava 15% do total da receita administrada pela União. Em 2012, esse percentual foi para 10% do total administrado. O que mostra que o recurso do Fundo vem diminuindo em relação a receita total arrecada pelo governo federal.
  • Desoneração do IPI e do Cide – O impacto sobre o FPM pela desoneração do IPI (imposto que compõe o FPM) foi de R$ 368,73 para os municípios catarinenses, entre 2009 e 2013. Referente ao Cide (que zerou a alíquota em 2013), os municípios perderam mais R$ 55,87 milhões no mesmo período.
  • Restos a pagar – Em 2013, os municípios tinham R$ 956,702 milhões em Restos a Pagar inscritos e vigentes. Projetos entregues e analisados pelo governo federal, mas que não tiveram os recursos liberados.
  • Financiamento da Saúde – Por lei os municípios devem investir 15% de suas receitas em educação e os Estados 12%, enquanto a União aplica o crescimento nominal do PIB de dois anos anteriores – o que vem representando cerca de 5%. No entanto, os municípios vêm sendo obrigados a investir muito mais, em 2012 a média dos investimentos em saúde dos municípios catarinenses foi de 20,68% de suas receitas.

   • Programas federais e estaduais que não são atualizados e recaem sobre os municípios. Exemplo é o Programa Saúde da Família, onde os municípios têm arcado com 66% dos custos para o módulo 1 e 77% para o módulo 2. Além disso, Câmara e Senado têm legislado criando despesas para os cofres municipais sem identificar novas fontes de recursos. Como a Lei que instituiu o Piso Nacional do Magistério que gerou um impacto de R$ 212,6 aos municípios catarinenses no ano de 2012.

Para reverter esta situação, as reivindicações tem foco no equilíbrio da partilha tributária no país, no fim das desonerações sobre a parte dos impostos compartilhados que cabem aos municípios e no fim da aprovação de atribuições aos municípios sem a indicação da fonte de financiamento. Desta forma, dando mais fôlego aos municípios, que é o ente mais destacado na execução das políticas públicas.

Reivindicações

  • Aumento de 2 (p.p) do FPM, que passe de 23,5% do que é arrecadado sobre o IPI e o IR para 25,5%. O que significaria um aporte de R$ 288,912 por ano para Santa Catarina.
  • Participação, em até três anos, dos municípios em 10% sobre contribuições não partilhadas (IOF, CSLL e COFINS), seguindo as mesmas regras das transferências previstas para o FPM com aplicação gradativa de 2% ao ano até chegar ao total de 10%. O que representa um aporte contínuo de R$ 1,33 bilhão ao ano para os municípios de Santa Catarina ao final de cinco anos.
  • Reequilíbrio do Pacto Federativo em até 10 anos. Alteração do dispositivo da Constituição de 1988, unificando as propostas de emendas constitucionais a respeito das receitas tributárias, aprovando uma reforma constitucional que reequilibre o pacto federativo, assegurando 45% das receitas tributárias à União, 25% aos Estados e 30% aos Municípios.
  • Reformulação da Lei Complementar 116/2003 incluindo novas atividades à lei atual, alterando as operações de leasing e operações de cartão de crédito e débito.
  • Desonerações do IPI apenas da parcela da União.
  • Encontro de contas das dívidas previdenciárias.
  • Apreciação pelo STF da Lei 12.734/2012, que redistribui os royalties do petróleo e do gás. De 1º de janeiro de 2013 até 11 de abril de 2014, mais de R$ 42 milhões deixaram de entrar na conta dos municípios catarinenses.
  • Fim da aprovação de atribuições aos municípios sem a devida indicação da fonte de financiamento.

  

"Municípios estão à beira da falência", alerta o presidente da FECAM, durante protesto de prefeitos na Assembleia Legislativa

"Os municípios estão à beira da falência. As despesas são muitas e os recursos são insuficientes." O desabafo foi feito, nessa sexta-feira (11) pelo presidente da Federação Catarinense de Municípios – FECAM e prefeito de Taió, Hugo Lembeck, ao abrir a manifestação de protesto realizada no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Estado – Alesc, em Florianópolis. O ato, que faz parte da campanha Viva seu Município, da Confederação Nacional de Municípios – CNM, reuniu 80 participantes, entre prefeitos, vice-prefeitos, secretários e dirigentes municipais.

Lembeck ressaltou que este encontro está acontecendo no Brasil inteiro para chamar a atenção dos governos federal e estadual, deputados e senadores para a dificuldade que os municípios estão enfrentando. "É uma série de ações que estamos propondo, o movimento municipalista é nacional, não somente de Santa Catarina, pois a preocupação é nacional".

As prefeituras estão perdendo receitas e assumindo cada vez mais responsabilidades. Umas das reivindicações dos prefeitos é para que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não aprovem projetos que criam novas atribuições para os municípios sem a indicação da necessária fonte de financiamento. O presidente da FECAM citou como exemplo a Lei 11.738/2008, que instituiu o Piso Nacional do Magistério e cujo impacto nas finanças dos municípios catarinenses em 2012 foi de R$ 212, 6 milhões.

PROGRAMAS FEDERAIS

"A cada dia os Municípios são obrigados a assumir mais e mais atribuições que anteriormente eram do Estado e da União. A série de programas federais e estaduais não têm seus valores corrigidos há longos anos. Um dos exemplos é o ESF – Estratégia de Saúde da Família, o qual municípios arcam com cerca de 65% dos custos e Estado e União, com apenas 35%.

credito foto – Leticia Póvoas

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