A analista ambiental da AMVALI, Karine Rosilene Holler juntamente com a analista de Desenvolvimento Territorial da AMVALI, Shana Kimi Farias Yamaguchi estiveram na tarde de ontem (8), na Fundação 25 de Julho, em Joinville. O objetivo foi acompanhar e verificar como está o andamento da pesquisa sobre o maruim. No local foram recebidas pelo presidente da Fundação 25 de Julho, Valério Schiochet e o biólogo Luiz Américo de Souza.
De acordo com Luiz Américo "o maruim é um díptero da família Ceratopogonidae. Estes pertencem ao gênero Culicoides, que é o maior da família. Existem cerca de 1.311 espécies de Culicóides em todo mundo, sendo 226 espécies na Região Neotropical e 82 só na Região Amazônica. Verifica-se que 96% dessas espécies atacam obrigatoriamente mamíferos (inclusive humanos) e aves. As principais espécies estudadas no projeto são: Culicoides paraensis (encontrada na Mata Atlântica); a Culicoides maruim (encontrada no mangue); a Culicoides pusillus; e a culicoides insignis. A espécie que predomina em nossa região é a Culicoides paraenses".
A pesquisa iniciou em 2007 é um processo em longo prazo. O maruim, além de ser vetor de doenças, causa dermatoses decorrentes das picadas, que provocam coceiras, vermelhidão e feridas na pele. É também um grande incômodo para a população, sendo considerado uma praga nas casas, escolas, campo e áreas urbanas devido à alta densidade encontrada nestes locais.
Luiz Américo diz que a metodologia que está sendo utilizada na pesquisa é a captura por caixa de eclosão, com os substratos prováveis para oviposição e nutrição das espécies (cepo de banana apodrecido, mangue, grama de jardim, dejetos de aves, bovinos e suínos); a captura de fêmeas vivas para oviposição nos terrários; a utilização do melhor substrato para criatório; e o monitoramento de ovos e larvas para observar-se a cadeia alimentar por meio de estereomicroscópio com fotografias e filmagens.
Outros métodos de controle que estão sendo utilizados são através do controle com aves (galinha e patos) que auxiliam a combater o ciclo de ovos dos insetos; e através do isolamento do talo da banana após colheita do cacho. Luiz Américo acrescenta que "a pesquisa agora está na fase de criar o maruim em cativeiro para descobrir o ciclo de vida e o principal predador que sumiu do processo".
A equipe técnica da AMVALI aproveitou para visitar o local onde estão as armadilhas e também o método que utiliza aves.