Uma das maiores pesquisadoras da história da Guerra do Contestado no Paraná e Santa Catarina ofereceu uma capacitação especial para os professores da disciplina de História das redes municipal, particular e estadual de ensino em Barra Velha. A palestra aconteceu dia 27 de outubro (terça-feira), no auditório da Secretaria de Educação, Cultura e Desporto da Prefeitura, onde Rosa reuniu os professores para detalhar todo o processo histórico que culminou num dos episódios mais importantes da história do Sul do Brasil.
Rosa veio à cidade a convite da secretária de Educação, Antonina Damásio Ramos, e detalhou trechos importantes de seus dois primeiros livros – "O Espírito Catarinense do Homem do Contestado" e "O Contestado, a História que o Brasil não conheceu". Natural de Irani, uma das cidades palco do episódio, e atualmente moradora de Balneário Piçarras, Rosa Tesser destaca que foram 10 anos de pesquisa sobre o tema. A Guerra do Contestado aconteceu há 97 anos, celebrados no último dia 22 de outubro, data que marca o início do enfrentamento entre os dois Estados. A primeira batalha, inclusive, aconteceu na terra natal da professora.
Além dos professores de História e pesquisadores, como Juliano Bernardes, um dos maiores conhecedores da Festa do Divino Espírito Santo em Barra Velha, Rosa Tesser dirigiu-se ainda às professores das quartas séries primárias, séries em que o tema é trabalhado dentro de sala de aula. "A professora repassou informações básicas, para que os professores saibam mais sobre o episódio, e para que crianças e adolescentes fiquem motivados a ler sobre esse trecho da História", comenta o professor e pesquisador Cacá Fagundes, um dos anfitriões de Rosa em Barra Velha.
Os livros da autora foram publicados entre 2001 e 2005. Uma terceira obra de pesquisa está no prelo, sendo preparada para 2011, ano do centenário da guerra. A Secretaria de Educação de Barra Velha comprou 20 livros da autora, que serão repassados às bibliotecas das escolas locais. O setor estuda ainda promover em 2010 uma viagem dos professores às cidades de Três Barras e Matos Costa, onde parte da guerra se desenvolveu.
Messianismo também aqui
Rosa destacou que após uma década de pesquisa, conseguiu até mesmo estabelecer um ponto de contato entre o universo do Contestado e a história de Barra Velha – foi o surgimento do "messianismo" tanto no Norte Catarinense (com a figura dos monges do Contestado) e esse mesmo fenômeno religioso em Barra Velha e São João do Itaperiú – episódio conhecido no início do século 20 como "Os fanáticos de Barra Velha", fruto de alvo de pesquisa do professor José Carlos Fagundes.
A Guerra do Contestado foi um conflito armado entre a população cabocla e os representantes dos poderes estadual e federal brasileiros travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em erva-mate e madeira disputada pelos estados brasileiros do Paraná e de Santa Catarina.
Originada nos problemas sociais, decorrentes principalmente da falta de regularização da posse de terras, e da insatisfação da população numa região em que a presença do poder público era pífia, o embate foi agravado ainda pelo fanatismo religioso, expresso pelo messianismo e pela crença, por parte dos caboclos revoltados, de que se tratava de uma guerra santa.
Fonte:
José Carlos Fagundes
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Rosa Maria Tesser
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