Jaraguá do Sul busca soluções para as cheias no município

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A identificação de áreas sujeitas a alagamentos e a restrição a aterros e ocupações destes pontos que funcionam naturalmente para a retenção das águas de chuvas são duas das medidas práticas que podem ajudar a minimizar os efeitos de cheias em Jaraguá do Sul.

A busca de soluções para o problema novamente ocupou a reunião semanal da ACIJS – Associação Empresarial e APEVI – Associação das Micro e Pequenas Empresas do Vale do Itapocu, na noite desta segunda-feira (18).

O promotor regional de meio ambiente Alexandre Schmitt dos Santos apresentou resultados dos estudos realizados para apontar as causas e indicar soluções para as inundações que têm atingido praticamente todo o município. O trabalho tem como ponto de partida um levantamento realizado pela Amvali – Associação dos Municípios do Vale do Itapocu junto às bacias hidrográficas existentes na região, e a recuperação da mata ciliar no entorno dos rios, levando em conta a legislação ambiental no tocante à ocupação urbana.

Conforme o promotor o trabalho é muito amplo e complexo, exigindo um direcionamento técnico para que a cidade não venha a sofrer prejuízos ainda maiores no futuro. Na apresentação feita aos empresários, Alexandre Schmitt explicou que há necessidade de ações político-administrativas de médio e longo prazo, mas também decisões práticas que independem de maiores investimentos. "Hoje há muitas questões que geram dúvidas e insegurança jurídica, que ficarão mais claras com o novo Código Nacional de Meio Ambiente. Mas há meios para a redução dos riscos se forem adotadas medidas de correção e restringir a ocupação de áreas que naturalmente funcionam como pontos de escoamento das águas", assinalou o promotor.

Na plenária foram apresentadas imagens obtidas com satélite mostrando na malha urbana e rural do município áreas de baixadas que foram ao longo dos anos aterradas para dar lugar a construções e ruas, onde houve interferência no curso e o represamento das calhas de rios. Se houver a restrição quanto a aterros destas áreas e forem adotados meios de drenagem que favorecem a absorção pelo solo, de estímulo ao armazenamento e uso de águas pluviais seja para fins domésticos ou industriais, e a preferência por pavimentação com lajotas e não asfalto das vias secundárias haverá mais pontos de fuga e o escoamento natural em dias de chuvas. Experiências em cidades que adotaram medidas de compensação, como a elevação de pontes e a transferência das águas de chuvas para lagos artificiais foram lembradas como alternativas.

A criação do Instituto de Planejamento Urbano de Jaraguá do Sul é outra providência que pode contribuir para o reordenamento do município. É consenso de que o órgão deve ter autonomia para a tomada de decisões de longo prazo, atuando como uma grande central de informações e no planejamento. O presidente da ACIJS Durval Marcatto destacou o trabalho envolvendo várias frentes na busca de solução aos problemas das cheias. "Precisamos conhecer os dados da bacia hidrográfica e termos um monitoramento do que acontece. No caso específico das chuvas, como a cidade se comporta nestas ocasiões e como ocorre o escoamento das águas", disse.

O empresário entende que a cidade precisa contar com um projeto de macrodrenagem e com a reorganização da ocupação de solo. "Jaraguá convive com duas situações, com os alagamentos e com os deslizamentos de terra. Temos uma topografia bastante acentuada e com poucas áreas planas, é necessário cuidar destes aspectos para evitar ocorrências ainda mais graves. Este é um problema que não é de agora e as administrações públicas já deveriam em anos anteriores ter pensado nestas questões, pois uma cidade precisa ser planejada de maneira permanente".

Associação Empresarial de Jaraguá do Sul

(47) 3275-7000 / http://www.acijs.com.br/ / twitter: @acijs