Mas também deve ser assumido pela família, pelo poder público e pela sociedade, diz palestrante

Ao realizar a palestra tema da 1ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, intitulada "O compromisso de todos por um envelhecimento digno no Brasil", a doutora em Gerontologia e professora da Furb, Juliana Brandão, destacou que este comprometimento deve partir do idoso. Para ela, o idoso não deve esperar apenas pelos órgãos públicos para melhorar sua qualidade de vida, sendo necessário que também tome iniciativas como participar de ONGs, se evolver em atividades de voluntariado, aproveitar as opções de lazer que lhes são oferecidas, conhecer o Estatuto do Idoso e defender seus direitos.

Juliana Brandão destacou ainda que este compromisso também é da família, que deve ver o idoso como sua base. "Se ele não é reconhecido na família, como querer que a sociedade o reconheça", indagou, acrescentando que, atualmente, no Brasil, 2 milhões de idosos são responsáveis pelo sustento de suas famílias. Ela lembrou que nas sociedades primitivas os anciãos tinham mais valor e ocupavam um lugar de destaque, pois a longevidade era vinculada à sabedoria e envelhecer era um privilégio. "É preciso entender o envelhecimento como evolução e não como peso", alertou. Para isso, igualmente responsável em proporcionar um envelhecimento digno aos brasileiros, o poder público também tem suas responsabilidades, promovendo pesquisas para detectar os anseios das pessoas idosas e promover políticas públicas para atendê-los, elaborar leis e fomentar a criação de órgãos de defesa de direitos, além de fortalecer os conselhos de idosos em todos os níveis – municipais, estaduais e nacional.

De acordo com a palestrante, estudos da ONU (Organização das Nações Unidas) apontam que atualmente há 600 milhões de pessoas com idade acima de 60 anos em todo o mundo. No Brasil, o último censo do IBGE (Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística), em 2009, registrou 21,7 milhões de brasileiros nesta faixa etária e a projeção é que este número chegue a quase 212,5 milhões de pessoas em 2025, quando o País deverá ocupar a sexta posição mundial em quantidade de idosos. Em Santa Catarina, são 656.913 e, deste total, 11.336 vivem em Jaraguá do Sul.

Para Juliana Brandão e grande parte dos 451 participantes da Conferência – consultados por ela durante a palestra -, o Brasil ainda não está preparado para esta nova realidade. "Mas estamos nos preparando", disse a palestrante, considerando a realização do evento e o grande número de participantes interessados no tema um exemplo neste sentido.

ABERTURA – A 1ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idoso foi realizada nesta quarta-feira (7), no Centro Empresarial/JS, a partir das 8 horas, quando ocorreu a solenidade de abertura com a participação do prefeito de Jaraguá do Sul, em exercício, Irineu Pasold, da secretária da Assistência Social, Criança e Adolescente, Edimara Orzechowski de Souza, e do presidente do Conselho Municipal do Idoso, Amandos Klabunde, entre os integrantes da mesa de autoridades.

Além da palestra da doutora Juliana Brandão, a conferência envolveu quatro oficinas de discussão: Envelhecimento e políticas públicas; Conquista e efetivação dos direitos da pessoa idosa; Conselhos de direito: fortalecer e integrar; Orçamento público e plano integrado: município, estado e União. As propostas que resultarem destes grupos serão apresentadas ao poder público municipal e na Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa, onde Jaraguá do Sul será representada por delegados eleitos na Conferência Municipal. O evento foi promovido pelo Conselho Municipal do Idoso e pela prefeitura jaraguaense, por meio da Secretaria da Assistência Social, Criança e Adolescente.

Fontes: Maria Amélia Cavalcanti da Silva – presidente da Comissão Organizadora da Conferência (47 – 2106-8278) e Edemara Piccoli Cezario – secretária-executiva do CMDIJS (47 – 3370-1250 e 3276-2206)

Jorge Pedroso
Jornalista (DRT/RS 6009)
Diretoria de Comunicação
Prefeitura de Jaraguá do Sul
Telefone: 2106-8013