Pesquisador da Epagri coleta amostras da palmeira juçara em Jaraguá

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O pesquisador da unidade de Urussanga da Epagri, engenheiro agrônomo Ademar Brancher, esteve em Jaraguá do Sul na terça e quarta-feira (12 e 13) desta semana, quando percorreu propriedades rurais do município para coletar frutos de palmito juçara, que comporá um banco de germoplasma (material genético) destinado a uma pesquisa que ele desenvolve com financiamento da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina). Coletado em todas as regiões de ocorrência no estado catarinense para abranger as diferentes procedências de palmito, este material servirá para posterior trabalho de pesquisa com esta cultura, buscando seu desenvolvimento de novas tecnologias.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Secretaria do Desenvolvimento Rural e Agricultura, Roberto Nagel, a pesquisa realizada por Brancher tem interesse direto para produtores jaraguaenses, especialmente os que integram o condomínio da unidade de processamento de açaí instalada no Garibaldi. "Oito deles e mais três técnicos da nossa secretaria estiveram recentemente na estação experimental da Epagri, em Urussanga, onde participaram de um treinamento completo sobre a produção da palmeira juçara", lembra Nagel, salientando que a intenção é implantar pomares no município jaraguaense para fornecer a quantidade de frutos necessária à produção da unidade de processamento da polpa, pois esta iniciativa não será viável apenas com fornecimento do fruto pela atividade extrativista.

Brancher argumenta que a produção em pomar é mais vantajosa para o agricultor porque a palmeira juçara, quando manejada adequadamente, tem uma excelente produtividade e um bom retorno, já que o consumo da polpa do açaí está em expansão. De acordo com ele, atualmente esta polpa é utilizada em mais de 70 produtos oferecidos no mercado. O engenheiro agrônomo também aponta outra vantagem do açaí da juçara a ser considerada neste crescente mercado: seu valor nutricional é maior do que os frutos dos açaizeiros da Região Norte do Brasil, de acordo com estudos comparativos realizados pela Ceplac/Cepec/Sefis (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira/Centro de Pesquisa do Cacau/Seção de Fisiologia Vegetal do Cepec). "É um pomar de longa durabilidade, chegando a se estender até 50 anos e, com replantios, o produtor pode ter uma atividade praticamente permanente naquela área", acrescenta.

O pesquisador ainda aponta mais uma possibilidade de ganho com a palmeira juçara. "Se o produtor realizar o plantio consorciado a outra cultura, poderá dobrar a sua renda", sugere Ademar Brancher, citando como exemplo a plantação de banana. Ele explica que o cultivo da palmeira juçara associado ao bananal ajuda a reduzir a infestação da doença sigatoka nas bananeiras e, consequentemente, a diminui a aplicação de fungicidas e o custo de produção. Além disso, a adubação é a mesma para as duas culturas. "A juçara pode ser associada a plantios de frutas em geral, desde que se faça o manejo adequado para que ela pegue sol", explica.

O engenheiro agrônomo da prefeitura jaraguaense, Roberto Nagel, também considera esta uma boa opção para os produtores de Jaraguá do Sul, argumentando que o plantio consorciado contribui para a diversificação da propriedade e deixa os agricultores menos vulneráveis. De acordo com ele, as famílias que têm sua renda baseada somente numa atividade estão expostas a problemas mercadológicos e climáticos, por exemplo. "Mas se tiver mais esta alternativa, fazendo a composição da palmeira juçara com outras culturas, como banana, palmeira real, pupunha, entre outras, quebra-se esta vulnerabilidade e consegue-se ter uma melhoria na renda da família", explica Nagel.

Fonte: Roberto Nagel – engenheiro agrônomo da Secretaria do Desenvolvimento Rural e Agricultura (47 – 2106-8114)

Jorge Pedroso
Jornalista (DRT/RS 6009)
Diretoria de Comunicação
Prefeitura de Jaraguá do Sul
Telefone: 2106-8013