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Aberta temporada de visitação à vitória-régia em Corupá

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O sítio do comerciante Manfred Millnitz (56), em Corupá, parece um bosque encantado, com árvores frutíferas, plantas, animais, peixes e a vitória-régia gigante, a principal atração turística da pequena lagoa, que pode ser visitada a partir do mês de março. O sítio vitória-régia, com área preservada de 2.500 metros quadrados, é um ambiente familiar e tranqüilo, ideal para manter contato com a natureza e apreciar essa maravilha divina.

A planta aquática produz a maior folha do espécime, atingindo dois metros e meio de diâmetro no final do mês de março e abril. Os turistas podem admirar a atração anualmente de fevereiro a maio. A planta deste ano tem 26 folhas, que parecem bandejas flutuantes. A flor branca de perfume adocicado floresce apenas uma vez ao dia, ao anoitecer, pelas 20 horas e fecha pela manhã.

Segundo Jaqueline Millnitz, filha do comerciante, a cada temporada aproximadamente 3 mil pessoas visitam o local. "Ficamos felizes pela admiração dos turistas. Estamos sempre inovando, construindo novas pontes e modificando os canteiros para agradar aos turistas", diz.

O caminho de entrada direciona a Ficos Auriculata, árvore originária da Índia, com mais de 20 anos. A sombra é refrescante, um convite para descanso. No entanto, para tristeza da família, na madrugada de domingo (26), a árvore caiu devido ao tamanho e peso. Ela pendeu para o lado da casa e agora terá de ser podada. A família pretende deixá-la no mesmo lugar, fazendo as podas necessárias e transformá-la em outra atração.

Ela ficará no pátio porque já faz parte do ambiente. "Os turistas ficarão surpresos com a mudança. Conheciam como era bonita antes e queremos que fique bonita também da outra forma. Pensamos em construir uma casinha na árvore para as crianças ou um mirante para que os turistas possam tirar fotos e apreciar ainda melhor a vitória-régia, de  um outro ângulo", destacou Jaqueline.

Outro caminho do sítio, leva ao tanque com tartarugas e jabutis e o espaço dos marrecos, galinhas, galos e coelhos. Eles circulam livremente entre turistas, conquistando visitantes, principalmente crianças. Araquãs, papagaios, periquitos, esquilos e saracuras também vivem nesse ambiente.

Além da vitória-régia, as ninfeias coloridas embelezam a paisagem da pequena lagoa de 300 metros quadrados, cercada por bromélias e plantas ornamentais. Algumas rãs e peixes como tilápias, traíras, cascudos habitam o seu interior. O silêncio do ambiente só é quebrado pelo som dos grilos, do coaxar dos sapos e do pulo das rãs na água.

O início de tudo

O interesse e curiosidade pelo vegetal começaram em 1990, quando Manfred conseguiu sementes da Amazônia com amigo caminhoneiro. Elas foram lançadas no tanque e brotaram. "Na primeira germinação não atingiu grande dimensão, mas nos anos seguintes semeava na época certa e a cada ano ficava maior", diz Millnitz.

O segredo do tamanho é atribuído ao solo. Foi feita análise e identificaram as mesmas substâncias do seu habitat original. A lagoa possui lodo proveniente das pedras e essa característica pode estar proporcionando tamanho exagerado. Segundo pesquisas, as substâncias liberadas por essas pedras auxiliam em seu crescimento. Para alimentação,  nenhum fertilizante ou qualquer outro mineral é utilizado", justifica.

A semente arredondada é do tamanho de grão de feijão. O exemplar cresce sem parar de setembro a maio, até terminar o ciclo. Depois morre em conseqüência do frio, sendo necessário replantá-la. A renovação é anual e a germinação depende do clima. Gosta muito do calor e nasce entre setembro e outubro. A folha alcança dimensão de dois metros em fevereiro. Seus espinhos a protegem de animais.

No ano de 2001, as folhas atingiram seu máximo: 2,5 metros de diâmetro e 7,85 metros de circunferência. A atração começou a ser explorada como turismo e fonte de renda familiar, completando 11 anos em 2012.

A manutenção da área e a recepção aos visitantes é feita pela família Millnitz. Manfred, a mulher Cecília, a filha Jaqueline e a neta Sara de 8 anos trabalham na atividade. Simpatia, atenção, alegria são ingredientes de boas-vindas aos visitantes. A boa acolhida é propaganda para novos turistas.

Em 2001, para provar o tamanho da vitória-régia como a maior do mundo, o comerciante organizou sessão de fotos com bebês.  Foram fotografados 16 deles, um em cada folha. Numa delas seis bebês juntos. Os documentos, fotografias e testemunhos foram enviados à direção do Guiness Book, para registro.

Manfred aguarda aprovação no livro dos recordes como a maior do planeta, mas ainda não recebeu nenhuma correspondência escrita. "A família real britânica também mantém uma em estufa no Jardim Botânico, com dimensões de 2,8 metros, acima das nossas medidas. Talvez seja o motivo para Corupá não entrar no Guiness", explica.

O sítio da vitória-régia está situado na Rua Francisco Antonio Piccione, 540  próximo ao Seminário. O valor do ingresso é simbólico, com preço especial para estudantes e idosos. No local é possível comprar comidas típicas congeladas como strudel, especialidade da família.

Informações e agendamentos de visitas pelo telefone (47) 3375-2411.

Box

A vitória-régia, conhecida como rainha dos lagos, é planta aquática nativa da Amazônia. O nome científico é Victoria Amazonica. Sensível às condições de frio, no inverno perde beleza. Por causa do clima quente e úmido, é perene e não morre. No sul do país floresce somente no verão. As flores, solitárias e aromáticas, de 25 a 40 centímetros de diâmetro, podem ser brancas, vermelhas ou cor-de-rosa. Abrem no fim da tarde e fecham de manhã. O desabrochar dura em média meia hora e a vida, apenas um dia. Não suporta luz e calor do sol, morrendo logo.

As folhas são redondas, com as bordas viradas para cima, podendo atingir dois metros de diâmetro. A planta pode ter muitas folhas. Parecem grandes bandejas flutuantes na superfície das águas e suportam até 45 quilos de peso sem afundar. Elas têm propriedades medicinais. Em infusão (chá), podem ser utilizadas no tratamento de reumatismo e hemorróida.