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Fórum Aleitamento Materno reuniu cerca de 300 participantes

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O 1º Fórum sobre Aleitamento Materno de Jaraguá do Sul, que aconteceu no auditório do Hotel Saint Sebastian nos dias 1º e 2 de agosto, reuniu cerca de 300 profissionais enfermeiros, nutricionistas, médicos e também a comunidade em geral interessada no assunto. Palestraram no evento profissionais de destaque do Hospital Universitário da UFSC, da Secretaria de Estado da Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de Blumenau e do próprio Hospital e Maternidade Jaraguá, realizador do fórum, com a parceria da Secretaria da Saúde de Jaraguá do Sul.

Entre os temas discutidos com os profissionais de saúde, gestantes e comunidade em geral, estavam o banco de leite, o parto humanizado, a nutrição da gestante e lactante, os componentes protetores do leite materno, a amamentação de prematuros e o compromisso do profissional de saúde com a amamentação.

Confira abaixo um pequeno resumo de duas das seis palestras proferidas: parto humanizado e nutrição da gestante.

Parto Humanizado

Pablo Queiroz Santos (HU – UFSC)

Médico ginecologista e obstetra

O médico Pablo apresentou à plateia estudos científicos sobre os benefícios para a mãe e para o bebê da prática de um parto humanizado. O parto humanizado tem como foco o respeito à fisiologia do parto e à mulher. Entre os itens citados pelo obstetra como benéficos durante o período de dar à luz estavam:

-o uso da água morna para aliviar a dor das contrações (chuveiro, banheira)

-a posição da mãe, que em pé ou de cócoras, facilita a saída do bebê devido à força da gravidade

-a não utilização da episiotomia (corte entre a vagina e o ânus) como rotina, por ser uma agressão contra o corpo da mulher e por poder ser evitada, muitas vezes, com a espera da evolução do trabalho de parto

-a não utilização do hormônio ocitocina (para aumento das contrações uterinas) como procedimento rotineiro, já que há a possibilidade de diversos efeitos colaterais, como taquicardia no bebê e hemorragia materna pós-parto

-o respeito à vontade da mulher, quanto à necessidade ou não de analgesia durante o parto, quanto à presença do companheiro, quanto à vontade de caminhar ou se deslocar durante o trabalho de parto, entre outros itens.

O obstetra lamentou que ainda são poucos os profissionais que adotam práticas de parto humanizado no estado e no País.

Nutrição na gestação e no pós-parto

Ana Cláudia Berenhauser (HU-UFSC)

Nutricionista e Mestre em Ciência dos Alimentos

Ana Cláudia falou sobre as necessidades energéticas das gestantes, que mudam conforme a idade gestacional. Ela citou que, entre outros fatores, o ganho de peso durante toda a gestação depende do Índice de Massa Corpórea (IMC) – peso (em quilogramas) dividido pela altura (em metros) ao quadrado – de quando a gestante engravidou. De acordo com tabela exposta pela nutricionista, o ganho de peso de uma gestante que engravidou, por exemplo, com IMC menor que 19,8, com baixo peso, deveria ser de 12,5 a 18 kg. IMC de 19,8 a 26 poderia ganhar de 11,5 a 16 kg. IMC maior que 26 até 29, ganho recomendado de 7 a 11,5 kg. IMC maior que 29, o ganho de peso deve ser de 7 kg. Ana Cláudia enfatizou que, mesmo sendo obesa, a gestante não pode ficar sem ganhar peso.

O segredo do sucesso para uma boa alimentação na gestação, de acordo com a nutricionista, está em comer de três em três horas. E comer alimentos de cores variadas, o que garante bom equilíbrio de vitaminas e minerais.

Ana Cláudia também citou os principais incômodos da gestação e algumas maneiras de aliviar os sintomas.

-enjôos: alimentação mais gelada, seca, pobre em gordura e com pouco condimento

-intestino preso (constipação): comer alimentos ricos em fibra, como arroz integral, pão integral, frutas e verduras, tomar iogurtes com lactobacilos, fazer exercício físico e tomar bastante líquido (entre as refeições)

-azia: evitar comer muito. Se comer de três em três horas, a gestante não terá tanta necessidade de encher o estômago. Não deitar logo após a refeição

-infecção urinária: manter as vias urinárias sempre limpas e higienizadas. Tomar bastante líquido e ir ao banheiro assim que tiver vontade de urinar (não ficar trancando).

Para depois da gestação, Ana Cláudia orientou que as mulheres mantenham a dieta equilibrada e rica em qualidade, já que o gasto calórico e de nutrientes é muito grande quando se amamenta. A nutricionista ressaltou que não se deve tomar cerveja preta nem antes nem depois de o bebê nascer. "A cerveja preta não faz aumentar o leite materno e ainda pode contribuir para o alcoolismo do lactente no futuro, caso tenha alguma tendência", alertou. Quanto às cólicas do bebê não é recomendado mudar completamente a dieta da mãe, apenas ficar atenta aos alimentos que come. "Se desconfiar de que certo alimento está causando cólica no bebê, retirar esse alimento por três ou quatro dias da dieta e observar o bebê". Ana Cláudia explicou que, se a cólica for aliviada nesse período e depois voltar quando a gestante volta a comer o alimento, então esse item deve ser retirado temporariamente da dieta. Mas só nesse caso.

Alimentos a serem observados quanto à cólica do bebê: (Não devem ser necessariamente retirados durante a lactação, apenas observar como o neném reage quando a mãe se alimenta deles)

-frutas ácidas

-alimentos que formam gazes, como repolho, batata-doce, feijão

-frutos do mar

-bebidas estimulantes, refrigerante

-frituras e alimentos gordurosos

-alimentos muito temperados

-chocolate e achocolatados

-leite, derivados de leite e ovos

Fonte na Secretaria da Saúde: Luciana Hermes – integrante da comissão organizadora do fórum e coordenadora do programa municipal de saúde da mulher – (47) 2106-8470

Clarissa Hammes Borba de Oliveira
Jornalista (SC-01973-JP)
Diretoria de Comunicação
Prefeitura de Jaraguá do Sul
(47) 2106-8199