A pesquisa que estuda as características da banana de Corupá deve ser concluído até dezembro. O levantamento é a primeira parte do processo para requerer o selo da “banana mais doce do Brasil” junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A documentação será avaliada por especialistas do órgão e a liberação pode levar de seis meses a um ano, segundo o professor doutor em Viticultura e Enologia da UFSC, Aparecido Lima da Silva, que participou do estudo.

O dossiê conta com os resultados da pesquisa histórica, levantamento de solo, características climáticas e da análise fisiológica, química e física da banana de Corupá e região.
O tema foi tratado  durante encontro promovido pela Epagri, Associação dos Bananicultores de Corupá (Asbanco), Sebrae, associações de produtores de banana e secretarias municipais da região, na sede da Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (Amvali).
A pesquisa que visa a indicação geográfica da banana com maior teor de doçura nos municípios com plantio em área montanhosa é feita por meio da parceria entre Sebrae, Epagri e UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), com investimento de R$ 160 mil.

Indicação Geográfica

“A gente busca essa notoriedade e reconhecimento do passado com o reconhecimento atual da banana de ser “doce por natureza”, reconhecida pelos consumidores”, disse o consultor e engenheiro agrônomo Rogério Ern, durante a palestra na Amvali. “A fruta verde escura, do inverno, tem doçura natural, que a diferencia de outras regiões do Brasil”, destacou.

O consultor do Sebrae Marco Antônio Murara conta que a parceria com a Asbanco é antiga, voltada aos negócios rurais, que culminou com o projeto da chancela de qualidade e procedência, “para criar valor agregado à banana, por ser a mais doce. Foram feitos estudos que comprovam ter quantidade de açúcar maior.” O Sebrae entrou com aporte de R$ 100 mil para a pesquisa e os R$ 60 mil restantes foram dividido entre a Asbanco e os comerciantes de banana.

Rótulos indicativos

O presidente da Asbanco, Marcos Martini, confirma que dos cerca de 650 produtores da fruta, 419 são associados. São cinco mil hectares plantados, com 1.600 pés de banana por hectare. A entidade utiliza o slogan e o logotipo “Doce por Natureza” há 10 anos. “Hoje o produtor vende a caixa de 22 quilos entre R$ 9 e R$ 10. A indicação geográfica vai ser muito boa para o produtor”, resume.

 

 

O Correio do Povo