O professor Victor Alberto Danich, engenheiro mecânico, antropólogo social, mestre em engenharia de produção, diretor executivo do Centro de Inovação e Pesquisas Tecnológicas (JARAGUÁTEC), palestrou na noite de ontem na Escola de Governo e Cidadania da AMVALI, sobre o tema "Tendências Decisivas na Globalização".
Iniciou explicando que a globalização representa um grande salto de superação da civilização, pois ultrapassa as barreiras estatais, expande as transações monetárias, surge a idéia de uma harmonia universal definitiva e marca a supremacia de um novo liberalismo econômico.
Abordou sobre a equivalência entre gasto público e o faturamento das maiores empresas globais; a concentração empresarial global; a dinâmica da especulação financeira que impulsionou as desigualdades sociais, exclusão e pobreza nas nações subdesenvolvidas; o desmantelamento de burocracias estatais, sistemas de previdência social; empresas públicas e estruturas protecionistas, reorganizando as elites para negócios parasitários e especulativos.
Debateu com os alunos sobre a crise do estado acompanhada de uma onda de corrupção sem precedentes e o novo quadro social onde há a desaceleração do crescimento global; crescimento da dívida pública dos países ricos; a hipertrofia financeira; a crescente "financeirização" das grandes empresas; a transformação da periferia em área de ganhos rápidos; e a expansão de um amplo leque de "negócios ilegais".
Outro ponto debatido foi sobre as drogas, máfia, expansão global de forças predatórias. Segundo Victor "a renda anual mundial do tráfico de drogas está avaliada em torno de 600 bilhões de dólares e em 2007 as nações unidas avaliou em 2 trilhões de dólares a renda anual em atividades criminosas".
Comentou sobre a desigualdade no Brasil, mostrando alguns dados como em 2000 onde existia 1,162 milhão de pessoas ricas no país, equivalente a 2,4% da população brasileira. Já em 2005, os ricos detêm uma renda igual a 14 vezes a média geral do país.
De acordo com Victor "o retrato do Brasil hoje é de um país que, pela primeira vez, faz parte do grupo de países com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que conseguiu reduzir pela metade pobreza extrema, onde 9,7 milhões de brasileiros saíram da miséria e 20 milhões migraram das classes D e E para a classe C".
Finalizou destacando outros pontos como o PIB, a inflação, o consumo, a geração de emprego, os investimentos, a balança comercial, as reservas internacionais, a produção industrial, o comércio varejista e o crédito.