A Escola de Governo e Cidadania da AMVALI realizou a 21ª palestra deste ano, na noite de ontem (14), cujo tema abordado foi "A Revolução Verde", ministrada pelo Gerente Geral da Via Pax Bio, Agrônomo Silvio Roberto Holz. O objetivo da palestra foi explicitar conceitos, cenários e oportunidades do desenvolvimento orgânico na preservação ambiental, saúde e inclusão social. Trazer esclarecimentos sobre novas tecnologias e propor uma linha de raciocínio sobre o desenvolvimento.
A palestra iniciou destacando o Projeto de Sustentabilidade Via Pax Bio, empresa que fornece alimentos orgânicos visando contribuir para a promoção da saúde das pessoas e à sustentabilidade do planeta, situada em Joinville. Após o palestrante falou sobre a estrutura dos elos da cadeia produtiva, diferenciando a cadeia curta da cadeia longa e o perfil da oferta orgânica.
Segundo Silvio "78,4 % das propriedades rurais usam agrotóxicos (o Brasil lidera o ranking mundial); 56,3% onde a prática foi verificada, os responsáveis não receberam orientação técnica e os sistemas orgânicos representam 1,8% do total dos produtores brasileiros".
Quanto ao perfil do agricultor, 77,3% são proprietários das terras exploradas, 4 em cada 10 agricultores têm o ensino fundamental incompleto (41,6%), 2 em cada 10 não sabem ler nem escrever, 54% não participa de qualquer organização social e 5,9% dos agricultores orgânicos participam de cooperativas.
Com relação a agricultura familiar é considerada menos agressiva ao meio ambiente, tem maior produtividade, promove a inclusão social pela geração de renda – 15,3 pessoas por 100 hectares, reduz os custos de proteção social e viabiliza a oferta de produção orgânica para a sociedade. De acordo com Silvio a agricultura familiar é altamente estratégica para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
A seguir o palestrante explicou que os produtos orgânicos são produzidos sempre com a preocupação de não prejudicar o meio ambiente, a produção orgânica consegue se sustentar sem destruir os recursos naturais. Os produtos orgânicos estão ganhando prateleiras, pois são a solução para grande parte dos problemas ambientais, sociais e oferecem saúde e sustentabilidade ao planeta. Adota técnicas específicas, mediante a otimização do uso de recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito a integridade cultural das comunidades rurais.
Quanto a informação, nos sistemas convencionais a informação esta nas mãos das multinacionais e os agricultores dependem das sementes, adubos, agrotóxicos e toda sorte de insumos. Nos sistemas orgânicos a informação esta nas mãos dos produtores, dando-lhes a oportunidade de trocar experiências, sementes, gerar seus próprios insumos, diminuindo sua dependência. No orgânico não existe proprietário da informação.
Os sistemas orgânicos empregam métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio ambiente.
Outros sistemas similares explicados foram: os ecológicos, biodinâmicos, naturais, sustentáveis, regenerativos, biológicos, agroecológicos e a permacultura. Outros tópicos abordados foram sobre a produção animal, a produção com biodiversidade, agrotóxicos, o impacto da alimentação na saúde humana e o consumo responsável e a cidadania.
Para finalizar, a palestrante apontou que a revolução verde é um amplo programa idealizado para aumentar a produção agrícola no mundo por meio de melhorias genéticas em sementes e animais, uso intensivo de insumos industriais, mecanização e redução do custo de manejo.
