O Colegiado de Agricultura, Pesca e Aquicultura da AMVALI realizou reunião na manhã desta sexta-feira (13), coordenada por André Cleber Melo, Secretário de Agricultura de Jaraguá do Sul. O primeiro assunto da pauta foi a apresentação de proposta de controle natural para a infestação de maruim, realizada pela empresa AG Controle Biológico Ltda.
O objetivo do projeto é expor como a aplicação das estações biológicas podem contribuir para o aumento da qualidade de vida dos moradores do Vale do Itapocu através do controle dos maruins. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, que realizou a pesquisa juntamente com a AMVALI, a espécie predominante de maruim encontrada na microrregião é o Culicoides paraensis.
De acordo com Afonso Guse da AG, a aplicação das estações biológicas visa justamente controlar a proliferação destes insetos com o uso dos predadores naturais e armadilhas fabricadas de maneira sustentável. As estações biológicas funcionam através de estufas que servem de local para depósito de lixo orgânico. Com o calor, a matéria orgânica fermenta e exala aromas atrativos aos insetos machos. Esse raio de aquecimento se estende 40 centímetros adentro do solo. Isso favorece o berçário de sapos que há debaixo da estufa. Estes sapos são predadores naturais noturnos dos insetos.
Também é utilizado aquário, cuja função de abrigar peixes conhecidos como barrigudinhos da família Poecilidae. Esses peixes são responsáveis em se alimentar das larvas dos insetos que são depositados no aquário, após desova. O aquário também abriga girinos que após adultos se concentrarão no berçário citado anteriormente. Outros componentes de fundamental importância são a imantação da água e plantas água-pés.
Afonso explica que essa combinação de alimento e água constitui o local perfeito para a reprodução fazendo com que os insetos fiquem apenas por essa redondeza, livrando os demais ambientes. "Quando a reprodução acontece, os peixes são encarregados de eliminar as larvas dos insetos. Já os sapos serão os predadores dos insetos adultos, sejam eles machos ou fêmeas. Junto ao aquário e a estufa é aplicada uma armadilha focada para a captura dos insetos machos. Ao serem atraídos pelo aroma dos resíduos orgânicos ali depositados, os insetos se alimentam e tendem a subir para os demais níveis da armadilha. Uma vez não conseguindo retornar pelo mesmo caminho, os insetos morrerão. Quanto menos machos no ambiente, menos reprodução teremos, salienta Afonso".
A realização do projeto é fundamentado em quatro bases: meio ambiente, saúde, educação e sustentabilidade. O projeto pode auxiliar evitando a transmissão de doenças devido o equilíbrio entre espécies e o meio ambiente onde o homem está inserido e conscientiza a população quanto a necessidade de soluções naturais para o controle de pragas. Tira-se lixo do meio ambiente, converte-os em produtos, que por fim trarão benefícios ao homem. Para finalizar, a AG propôs a aplicação de um projeto piloto das estações biológicas nos municípios da AMVALI.
A AMVALI manteve e mantém convênio de pesquisa sobre a infestação por Maruim com várias entidades de pesquisa em diferentes períodos. Atualmente, mantêm parceria com a Fundação 25 de Julho e universidades.
Desde 2010, a gerência regional da Epagri de Joinville, vem participando ativamente da busca de soluções ao lado da AMVALI, no que resultou na reunião com a empresa AG Controle Biológico Ltda, localizada em Joinville e atuando no ramo de controle de pragas desde 1982.
SEMINÁRIO
Após apresentação do projeto, foi realizada a apresentação da programação do IV Seminário Estadual de Secretários de Agricultura que acontecerá em Pomerode. No dia 18 de maio os Secretários de Agricultura de Jaraguá do Sul, André Cleber de Melo e de São João do Itaperiú, Marcos Kreich ao lado do Secretário Executivo da AMVALI, Alessandro Hansen Vargas, estarão participando da reunião da diretoria do CONSASC em Joaçaba a fim de definir a pauta do seminário estadual, garantindo a inserção de temas direcionados ao interesse da microrregião da AMVALI.