A Escola de Governo e Cidadania da AMVALI realizou a palestra "O turismo como indutor do desenvolvimento econômico", na noite de ontem (16). A palestra foi ministrada pelo Presidente da Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (FAMPESC), Márcio Manoel da Silveira.
O palestrante iniciou destacando alguns conceitos como o do turismo, que compreende as atividades das pessoas que viajam e permanecem fora do seu ambiente habitual, por não mais de um ano consecutivo, por motivos de lazer, negócios e outros não relacionados com uma atividade remunerada no local visitado.
Márcio explicou o que é a Conta Satélite do Turismo, sendo a medição de um conjunto de produtos e serviços adquiridos pelos visitantes de forma a apurar a dimensão desta importante atividade econômica. O setor de turismo, por exemplo, envolve um conjunto de atividades, como transporte, meios de hospedagem e serviços de alimentação, entre outras. A Conta Satélite do Turismo é um instrumento estatístico elaborado para medir o consumo desses bens e serviços, numa determinada economia, usa definições e classificações internacionais, permitindo comparações fidedignas com outros setores da economia, entre um país e outro e também entre grupos de países.
Já o Pólo de Atração Turística é o local que possui condições geográficas, culturais e infra-estruturas adequadas ao desenvolvimento de atividades associadas ao turismo. Com relação ao Atrativo Turístico define-se como elemento ou evento natural ou artificial que suscita o interesse de turistas e o Complexo Turístico é o conjunto turístico que dispõe de unidades de alojamento e de zonas comuns fora do edifício principal, inserindo-se numa área envolvente delimitada e com espaços verdes, destinados a serem utilizados pelos turistas.
No mundo o PIB do turismo representa US$ 6,175 trilhões, uma participação de 10,4% e no Brasil representa US$ 70,419 bilhões, uma participação de 8,8%. Já o PIB do turismo em Jaraguá do Sul representa R$ 362.968.180,80. Segundo Márcio, no período de 1975 a 2000, o turismo cresceu a um ritmo médio de 4,4% anual, enquanto o crescimento econômico mundial médio, medido pelo PIB, foi de 3,5% ao ano. Alguns motivos para viajar são: para lazer, negócios e motivações profissionais, de saúde, turismo religião, entre outros. "É necessário planejar as cidades para o turismo, trabalhar políticas públicas e pensar sempre a nível regional", disse.
Márcio lembrou que é preciso proporcionar às cidades-sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014 condições ótimas de atendimento aos turistas, promovendo imagem do Brasil e o legado de um ambiente de desenvolvimento sustentável. Com relação as chegadas internacionais em todo o mundo, tiveram um crescimento da ordem de 56,5%, no período de 1995 a 2006. No Brasil esses números cresceram da ordem de 150%. "Esse é um forte indicador das perspectivas de crescimento para destinos novos, antecipando que a competição entre regiões para atrair visitantes se intensificará nos próximos anos com o objetivo de criação de empregos e de desenvolvimento econômico sustentável e responsável", acrescenta.
O turismo vai crescer mundial para aqueles que se adaptarem melhor às orientações do mercado e apresentarem, com maior êxito, as características geográficas e a singularidade dos seus destinos, relativamente à paisagem, cultura, patrimônio e serviços, terão mais sucesso na consolidação da atividade. No entanto, isso só poderá ser realizado para as comunidades objeto de recepção dos fluxos de turistas, com base numa gestão responsável, que realize um equilíbrio entre os aspectos ambientais, econômicos e socioculturais de desenvolvimento sustentável do turismo.
De acordo com as análises da Organização Mundial do Turismo, calcula-se ser o turismo interno do Brasil é dez vezes maior que o volume de turismo internacional. Conforme pesquisa sobre o mercado doméstico, esse índice é bem maior para o Brasil, o que aponta para uma perspectiva de consolidação da atividade no País, oportunizando a melhoria da qualidade dos serviços prestados e contribuindo para o desenvolvimento equilibrado do conjunto da economia.
Com relação ao Plano Nacional de Turismo é um instrumento de planejamento e gestão que coloca o turismo como indutor do desenvolvimento e da geração de emprego e renda no País. O plano é fruto do consenso de todos os segmentos turísticos envolvidos no objetivo comum de transformar a atividade em um importante mecanismo de melhoria do Brasil e fazer do turismo um importante indutor da inclusão social. Uma inclusão que pode ser alcançada por duas vias: a da produção, por meio da criação de novos postos de trabalho, ocupação e renda; e a do consumo, com a absorção de novos turistas no mercado interno.
Dentre os objetivos do Plano Nacional do Turismo estão: desenvolver o produto turístico brasileiro com qualidade, contemplando nossas diversidades regionais, culturais e naturais; promover o turismo com um fator de inclusão social, por meio da geração de trabalho e renda e pela inclusão da atividade na pauta de consumo de todos os brasileiros; e fomentar a competitividade do produto turístico brasileiro nos mercados nacional e internacional e atrair divisas para o País.
São metas do plano: promover a realização de 217 milhões de viagens no mercado interno; criar 1,7 milhão de novos empregos; estruturar 65 destinos turísticos com padrão de qualidade internacional; e gerar 7,7 bilhões de dólares em divisas.
Para finalizar, Márcio falou sobre alguns roteiros turísticos de Santa Catarina como: Caminho dos Príncipes, Grande Oeste, Vale do Contestado, Encantos do Sul, Serra Catarinense, Grande Florianópolis, Vale Europeu, Rota do Sol e na microrregião da AMVALI, o Vale dos Encantos.