A AMVALI juntamente com o Colegiado de Defesa Civil e Comitê Itapocu realizaram o curso "Aplicação da Hidrologia na Prevenção de Desastres Naturais", nos dias 27 e 28 de agosto. Além das palestras realizadas por profissionais da área, o curso teve visitação técnica que ocorreu na tarde de ontem (28), em dois locais do município de Jaraguá do Sul.
O curso foi ministrado pelo Prof. Dr. Masato Kobiyama, do Laboratório de Hidrologia da UFSC e seus orientandos, Roberto Fabris Goerl (Geógrafo), Gean Paulo Michel (Engenheiro Saniarista Ambiental) e o acadêmico do curso de Química, Rossano Dalla Lana Michel. O curso abordou a importância da educação ambiental na construção de conhecimentos sobre hidrologia e desastres naturais, para que as comunidades entendam a geografia local e estejam preparadas para agir quando ocorrer um evento hidrológico crítico, como inundação ou escorregamento.
Foram discutidos os tópicos: hidrologia, recursos hídricos, bacias hidrográficas; desastres naturais e hidrológicos; inundação; e escorregamento; gerenciamento de desastres naturais; conceitos de vulnerabilidade, perigo e risco; mapeamento de inundação; e mapeamento de escorregamento.
A saída a campo foi realizada em dois locais de perigo em caso de enxurrada ou inundação. O primeiro local foi no Rio Molha, onde há uma comunidade ocupando uma área de risco às margens do rio, um vale profundo e encaixado. Segundo a Consultora do Comitê Itapocu, Anja Meder Steinbach "chamou a atenção a força da água e a quantidade de matacões (rochas pontiagudas) existentes no leito do ribeirão, as quais conforme o Hidrólogo Masato Kobiyama e o Geógrafo Normando Zitta rolaram da região de nascentes para a parte do curso médio e inferior. Neste local ocorreu um escorregamento em setembro de 2011 quando choveu em torno de 240 mm, em 6 horas atingindo uma casa".
A equipe da Defesa Civil comentou da dificuldade de retirar a população daquele local, mesmo sabendo que correm risco de vida, sendo que 30% não seguem as recomendações permanecendo nas casas quando há excesso de chuva e o solo fica saturado, com risco de escorregamento.
O outro local visitado foi o campo de pouso de vôo livre, às margens do Rio Itapocu, logo abaixo do encontro dos rios Jaraguá e Itapocu, nos fundos da Escola Municipal Waldemar Schmitt. Trata-se de uma planície aluvional que alaga quando o rio transborda. Este tipo de planície deve permanecer desocupada e não pode ser feito aterro, pois a água busca um outro caminho e acaba inundando áreas geralmente urbanizadas, as quais não seriam atingidas se os aterros fossem evitados. O geólogo da Defesa Civil de Jaraguá do Sul, Normando Zitta, comentou que, tendo em vista minimizar danos e prejuízos sociais, no município foi criada uma lei que proíbe os aterros e terraplanagens em áreas de planícies aluvionais.
Maiores Informações:
Anja Meder Steinbach – (47) 9985-6146.