O Comitê Itapocu através da consultora Anja Meder Steinbach participou do curso "Engenharia Natural: uma ferramenta para a estabilização de margens de cursos de água", realizado de 20 a 22 de fevereiro, no auditório da Casa da Cidadania, em Nova Trento. O curso foi ministrado pelo professor Dr. Fabrício J. Sutili (UFSM).
Os processos erosivos nas margens do Rio Tijucas em São João Batista, Canelinha e Tijucas, assim como em outros rios da região, têm se agravado com as últimas cheias de 2008 e 2011, provocando massivos deslizamentos de terra, com perda de solo e assoreamento dos rios. Por conseguinte, inúmeros prejuízos econômicos são evidenciados, ocasionando a preocupação principalmente da população ribeirinha local de São João Batista. Assim, o curso teve como objetivo dar conhecimento sobre a recuperação ambiental dos intensos processos erosivos evidenciados nos rios da região.
Segundo Anja, as técnicas de Engenharia Natural (também chamadas de Biotécnicas ou técnicas de Bioengenharia de Solos) correspondem a um conjunto de ações que utilizam a vegetação viva, bem como materiais inertes como elementos estruturais em construções bastante simples, com vistas à recuperação e estabilização de terrenos.
Os materiais inertes utilizados, na dependência dos objetivos e da disponibilidade local, são basicamente estruturas de metal, geotêxteis, madeiras, pedras ou mesmo concreto. Estes, além de conferir estabilidade imediata, oferecem proteção e suporte ao posterior desenvolvimento da vegetação, que deverá substituir paulatina e gradativamente as funções estabilizadoras e devolver a resiliência ao ambiente em tratamento. Estas técnicas diferenciam-se dos modelos tradicionais, justamente, por valorizarem a contribuição estrutural da vegetação, sem desconsiderar seu valor estético e ecológico.