Na manhã desta quarta-feira (12), a Associação dos Municípios do Vale do Itapocu realizou a terceira etapa da I Oficina do Conhecimento para Agricultores, no Centro Universitário Católica de Santa Catarina, em Jaraguá do Sul. A oficina é coordenada pela Analista de Desenvolvimento Territorial da AMVALI, Shana Kimi Farias Yamaguchi e conta com a parceria da EPAGRI e do Centro Universitário Católica de Santa Catarina.

A oficina é dividida em cinco etapas. Nesta terceira etapa foi discorrido sobre "Cuidados com a higiene pessoal na manipulação de alimentos". Shana iniciou o debate abordando que são manipuladores de alimentos qualquer indivíduo que trabalhe com: produção, que colhe, transporta, recebe, prepara e distribui alimentos. É preciso utilizar boas práticas de fabricação que garantem a segurança sanitária e a qualidade do produto. As boas práticas de fabricação evitam a ocorrência de doenças provocadas pelo consumo de alimentos contaminados. É preciso eliminar os perigos físicos, químicos e biológicos.

Shana explica que o perigo é tudo aquilo que pode causar algum mal a saúde. O perigo físico é quando encontramos objetivos nos alimentos como pedra, metal, plástico, insetos, cabelo etc. O perigo químico são produtos adicionados aos alimentos intencionalmente ou acidentalmente como agrotóxicos, inseticidas, graxas, lubrificantes, restos de sanitizantes, detergentes e antibióticos. Os dez alimentos que mais possuem agrotóxicos são: o pimentão (80%), a uva (56,4%), o pepino (54,8%), o morango (50,8%), a couve (44,2%), o abacaxi (44,1%), o mamão (38,8%), a alface (38,4%), o tomate (32,6%) e a beterraba (32%).

Já o perigo biológico é ocasionado pelos micro-organismos, devido à precária higiene pessoal, ambiental, de equipamentos e utensílios. Os micro-organismos podem ser: patogênicos que causam doenças ao homem (Salmonella, Escherichia coli, Staphylococcus aureus); ou deteriorantes que e estragam os alimentos (bolores e leveduras).

São cuidados que os manipuladores de alimentos devem ter: tomar banho todos os dias; higienizar corretamente as mãos, antebraços e luvas; manter cabelos cobertos; fazer barba e bigode todos os dias; estar completamente uniformizado com touca, luvas, botas, calça, jaleco (guarda-pó) e máscaras; não mexer no nariz, boca, ouvido enquanto estiver manipulando os alimentos; e manter unhas curtas, limpas e sem esmalte.

É proibido usar loções ou produtos que tenham perfume; usar qualquer tipo de maquiagem; colocar os pés em cima dos materiais (pallets, caixas, sacarias); sentar no chão com o uniforme; usar lenço de papel, pulseiras, anéis, alianças, brincos, colares, etc.; utilizar pallets de madeira na área de produção; juntar produto e utensílios do chão ou tocar o chão com a mão; e usar a luva de manipular alimentos para fazer higienização.

Também é proibido: deixar caixas em contato com o chão; tossir, espirrar ou falar em cima dos alimentos; manipular alimentos sem lavar as mãos; fumar; guardar ou consumir alimentos e bebidas na área de produção; mascar chicles, chupar balas, etc.; deixar uniformes, roupas e objetos pessoais na área de produção; levar medicamentos para a área produtiva; carregar objetos no uniforme além do necessário; utilizar band-aid sem luva; sair da indústria com o uniforme etc.

Já é obrigatório avisar quando estiver doente; jogar lixo no lixo, separando o orgânico do inorgânico; avisar quando encontrar alguma praga; sempre que ir ao banheiro deixar a touca e o jaleco do uniforme pendurados fora da área do sanitário; lavar as mãos antes de pegar a touca e o jaleco no banheiro; deixar armários organizados. Também foi explanado sobre maneiras de higienizar corretamente as mãos e as botas.

Dentre os objetivos da oficina estão: instruir os agricultores sobre taxas de ICMS impostas aos produtos, vigilância sanitária e legalização ambiental; demonstrar o passo a passo para a legalização dos empreendimentos; esclarecer as atribuições do responsável técnico, produtos com obrigatoriedade de registro; dar uma noção de boas práticas na manipulação de alimentos; lecionar sobre os processamentos dos alimentos conforme atividade a seguir; apresentar algumas ferramentas de controle; expor as principais normas para a regularização ambiental; elucidar um pouco sobre poluição por agrotóxicos; e mostrar 3R's (reduzir, reutilizar e reciclar).

A quarta etapa discutirá "Controles e normas ambientais" e será no dia 19 de junho, das 8h30min às 12 horas, no Centro Universitário – Católica de Santa Catarina em Jaraguá do Sul; e a quinta etapa será sobre "Processamento" nos dias 23 e 24 de julho, das 8h30min às 17 horas, na Cetreville/Epagri – Pirabeiraba.

Maiores informações: Shana Kimi Farias Yamaguchi – Analista de Desenvolvimento Territorial da AMVALI através do (47) 3370-7933.