O Mestre em Relações Econômicas e Sociais Internacionais e Diretor de Controladoria da Weg S.A, Wilson José Watzko palestrou sobre "Capacitação para Liderança" na noite de ontem (8), na Escola de Governo e Cidadania da AMVALI.
Wilson falou sobre a era industrial e a era do conhecimento, destacando que a industrial trata das teorias da motivação externa, tem foco nos pontos fracos, vê as pessoas como coisas e trata de controles. Já a era do conhecimento aborda as teorias da motivação interna, tem foco nos pontos fortes, as pessoas estão emocionalmente conectadas e é um período sem supervisão ou motivação.
O palestrante explicou que todas as eras que não a nossa tiveram o seu modelo, seu ideal. Mas nossa cultura abriu mão de tudo isso; o santo, o herói, o cavalheiro, o cavaleiro, o místico. Talvez, em breve, possamos usar como nosso guia e modelo o ser humano em total crescimento e em processo de autorealização. Um ser humano cujas potencialidades estão alcançando o total desenvolvimento, cuja natureza interna se expressa livremente.
De acordo com Wilson "o ser humano é uma promessa e existem três tipos de seres humanos: aqueles que nascem e morrem piores do que nasceram; aqueles que nascem e morrem como nasceram; e aqueles que nascem e aceitam o desafio da evolução. O ser humano evita de ser manipulado, dominado, pressionado, ser determinado pelos outros, ser mal compreendido".
O mundo necessita de pessoas que sejam desbravadoras; autodeterminadas; que tenham controle sobre o próprio destino; que determinem os próprios movimentos; que sejam capazes de planejar, realizar e obter êxito; que esperem sucesso; que gostem da responsabilidade ou assumam qualquer nível de responsabilidade com boa vontade; que seja ativo e não passivo; que seja uma pessoa e não uma coisa, explicou Wilson.
Faz parte da inteligência humana a inteligência física (disciplina no físico), a mental (visão e aprendizado permanente no intelectual), a emocional (paixão no coração) e a espiritual (consciência no plano espiritual). As pessoas devem ter integridade como virtude, devem seguir os princípios universais de justiça, igualdade, respeito, honestidade e bondade.
Wilson discorreu também que a liderança no setor público deve agir como princípios a paz, a democracia e o desenvolvimento. No setor privado a liderança deve visar o crescimento econômico responsável e o desenvolvimento sustentável. O centro da liderança pública engloba: a capacidade de conceber uma visão inspiradora; a determinação de construir times de alto desempenho; a destreza de lidar com crises, conflitos e de negociar acordos; a habilidade de mobilizar a opinião pública e a máquina do governo; a competência de institucionalizar políticas públicas.
Quanto aos perfis de liderança, o palestrante apontou que as mulheres confiam na intuição; na hora de conseguir o que querem, são mais persuasivas sem ser diretas; lidam melhor com diferenças, por isso aceitam que um trabalho executado por outros possa estar perfeito; conseguem trabalhar com vários assuntos ao mesmo tempo e isso pode, por outro lado, causar dispersão na hora de executar as tarefas; expressam emoções com mais facilidade, isso pode ajudá-las a fazer com que o grupo se sinta mais próximo, mas pode também atrapalhar, já que em alguns casos é visto como sinal de fraqueza.
Já os homens são mais lógicos; quando querem algo, dão uma ordem, não estão acostumados a usar de persuasão; gostam de trabalhos executados com perfeição; a maioria acha que ninguém faria um bom trabalho exatamente como ele; são muito focados, concentram-se em uma tarefa por vez; tem melhores resultados em atividades especializadas que exigem alta concentração; são mais contidos na hora de expressar suas emoções e por isso, conseguem analisar certas situações mais racionalmente, porém são menos ligados ao grupo.
Conforme o palestrante o líder deve gerenciar o presente com base no futuro. As pessoas são acostumadas a gastarem seu tempo 90% lembrando de onde veio; 9% do tempo justificando onde está; e 1% do tempo pensando aonde quer chegar. É necessário mudar nossos hábitos, nosso caráter, nossa natureza e isso requer uma escolha e muito esforço. Não crie lamentações, pois elas provocam um clima negativo e incomodam também quem é obrigado a ouvi-las. É melhor você se aproximar dos "empreendedores" e otimistas. O clima positivo é contagioso, transmite energia e confiança.
Na próxima terça-feira, dia 15, acontece a palestra "As problemáticas trabalhistas, com ênfase nos danos morais vinculados ao serviço público", que será ministrada pela advogada Janaína Elias Chiarádia, às 19 horas, na sede da AMVALI.