O presidente da AMVALI, prefeito Lauro Fröhlich juntamente com os prefeitos Claudemir Matias Francisco (Barra Velha), Luiz Carlos Tamanini (Corupá), Dieter Janssen (Jaraguá do Sul), Mário Fernando Reinke (Massaranduba), Osvaldo Jurck (Schroeder) e o prefeito em exercício Gilberto Luiz Azevedo (São João do Itaperiú) realizaram reunião na manhã desta segunda-feira (7), na AMVALI.
O primeiro assunto da pauta foi referente ao andamento da pesquisa sobre o maruim. Estiveram presentes o presidente da Fundação 25 de Julho, Valério Schiochet e o biólogo Luiz Américo de Souza que explanaram sobre como está a pesquisa. Luiz Américo lembrou que a pesquisa iniciou em 2007 em parceria com a AMVALI e outras instituições. Após, em novembro de 2011, iniciou a parceria com a Fundação 25 de Julho, em Joinville.
Atualmente, a AMVALI auxilia a pesquisa na compra de equipamentos e manutenção do laboratório e a Fundação 25 de Julho fornece a infraestrutura do laboratório, um pesquisador e estagiários. A pesquisa também conta com uma parceria informal com a Univille.
Segundo Luiz Américo "o maruim é um díptero da família Ceratopogonidae. Estes pertencem ao gênero Culicoides, que é o maior da família. Existem cerca de 1.311 espécies de Culicóides em todo mundo, sendo 226 espécies na Região Neotropical e 82 só na Região Amazônica. Verifica-se que 96% dessas espécies atacam obrigatoriamente mamíferos (inclusive humanos) e aves. As principais espécies estudadas no projeto são: Culicoides paraensis (encontrada na Mata Atlântica); a Culicoides maruim (encontrada no mangue); a Culicoides pusillus; e a culicoides insignis. A espécie que predomina em nossa região é a Culicoides paraensis".
O maruim é também vetor de um vírus chamado Oropouche, que é o causador de uma arbovirose de importância em saúde pública no Brasil, só perdendo para a dengue em números de casos na região Amazônica. É também o vetor do vírus, que é o transmissor da doença da Língua Azul (LA). Enfermidade que acomete ovinos, caprinos e bovinos, sendo uma doença de notificação obrigatória.
O maruim, além de ser vetor de doenças, causa dermatoses decorrentes das picadas, que provocam coceiras, vermelhidão e feridas na pele. É também um grande incômodo para a população, sendo considerado uma praga nas casas, escolas, campo e áreas urbanas, devido à alta densidade encontrada nestes locais.
O maruim causa desconforto à população rural e urbana; desconforto à população escolar rural e entorno; desconforto e estresse a aves e mamíferos da produção pecuária. A presença em abundância deste inseto na região Nordeste de Santa Catarina apresenta-se como um problema crônico e os métodos de controle calcados em princípios químicos, físicos ou biológicos, exigem conhecimentos básicos sobre a bio-ecologia do inseto alvo, pois o atual desequilíbrio no seu habitat se deve provavelmente a anomalias em sua cadeia alimentar.
O objetivo geral desta pesquisa é identificar as espécies antropófilas de Ceratopogonideos (maruins) presentes no município de Joinville, Schroeder, Guaramirim, Corupá, Jaraguá do Sul, São João do Itaperiú, Barra Velha, Massaranduba, bem como conhecer sua biologia e ecologia. Já os objetivos específicos são: estudar a ecologia de espécies antropófilas em três biomas; estudar o comportamento das espécies antropófilas em relação aos substratos de oviposição e desenvolvimento da fase larval, visando o seu controle; identificar o processo de desequilíbrio ambiental que induziu o excesso de Culicoides, verificando alguns procedimentos da agricultura; descoberta da cadeia alimentar do gênero Culicoides para fins de controle biológico; testar produtos biológicos de controle existentes no mercado; e produzir em laboratório um controlador específico de larvas e /ou ovos.
Contribuiu também com a apresentação o presidente da Fujama, Leocádio Neves e Silva que tem conhecimento de toda a pesquisa realizada pela AMVALI. Leocádio falou sobre a importância de se fazer ações específicas em áreas piloto do município para tentar achar alguma solução para o problema, pois além do incomodo, o maruim é uma questão de saúde pública.
Luiz Américo explicou que a metodologia que está sendo utilizada na pesquisa é a captura por caixa de eclosão, com os substratos prováveis para oviposição e nutrição das espécies (cepo de banana apodrecido, mangue, grama de jardim, dejetos de aves, bovinos e suínos); a captura de fêmeas vivas para oviposição nos terrários; a utilização do melhor substrato para criatório; e o monitoramento de ovos e larvas para observar-se a cadeia alimentar por meio de estereomicroscópio com fotografias e filmagens.
Outros métodos de controle que estão sendo utilizados são através do controle com aves (galinha e patos) que auxiliam a combater o ciclo de ovos dos insetos; e através do isolamento do talo da banana após colheita do cacho. O biólogo lembrou que a pesquisa é realizada em longo prazo e citou como exemplo, a solução para o borrachudo, que levou 30 anos para ser descoberta. Luiz Américo acrescentou que "a pesquisa agora está na fase de criar o maruim em cativeiro para descobrir o ciclo de vida e o principal predador que sumiu do processo".
EDUCAÇÃO
A seguir o coordenador do Colegiado de Educação da AMVALI, Élson Quil Cardozo, falou aos prefeitos sobre a criação de um Comitê de Educação envolvendo os sete municípios da AMVALI para discutir e trabalhar ações para a educação em tempo integral, a qual foi acatada pelos prefeitos.
SAÚDE
O próximo assunto contou com a presença do coordenador do Colegiado de Saúde da AMVALI – Ademar Possamai, da coordenadora da Câmara Técnica de Saúde Mental da AMVALI – Denise Thum e do coordenador do Colegiado de Procurados e Assessores Jurídicos da AMVALI – Fernando Lunelli. O tema debatido foi sobre a criação de Centros de Atenção Psicossocial – CAPS nos municípios da AMVALI.
Foi explanado sobre a lei nº 10.216 de 4 de junho de 2001 e sobre a portaria nº 3.088 de 23 de dezembro de 2011, que institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Os Centros de Atenção Psicossocial estão organizados e podem seguir as seguintes modalidades: CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPS AD, CAPS AD III e CAPS i. O grupo debateu sobre a importância de todos os municípios terem um CAPS I que é aquele que atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes e também com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas de todas as faixas etárias; indicado para municípios com população acima de 20.000 habitantes.
Ficou definido que cada município fará um estudo da demanda por este tipo de atendimento. A ideia inicial era fazer um CAPS regional. Após o levantamento desta demanda o assunto voltará a ser debatido.
EVENTO EM BRASÍLIA
A seguir os sete prefeitos confirmaram presença na XVII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que acontecerá de 12 a 15 de maio e contará com a presença de prefeitos de todo o Brasil para reivindicar ao governo federal a pauta municipalista.
No dia 11 de abril também ocorrerá uma mobilização – Paralização Nacional nas capitais de todo o Brasil, intitulada "Viva seu Município – você nasceu aqui, não o deixe morrer". A paralização é coordenada pela Confederação Nacional de Municípios – CNM e conta com o apoio da Federação Catarinense de Municípios – FECAM e com o apoio das Associações de Municípios.
Maiores Informações:
– Luiz Américo (maruim) (47) 3424-1188 e 9131-5104.
– Leocádio Neves e Silva (maruim) (47) 9646-0002.
– Élson Quil Carodozo (educação) (47) 8802-7720.
– Ademar Possamai (CAPS) (47) 2106-8400.