O acelerado crescimento econômico e populacional de um município nem sempre consegue permitir a preservação de edificações históricas. Cabe aos administradores públicos criar ações que possibilitem o desenvolvimento de uma sociedade sem perder os espaços físicos que identificam as fases de crescimento e a identidade cultural de uma localidade ou região.
Criado pela Resolução nº 002 de 9 de fevereiro de 2010, o "Projeto de Preservação Memória e Identidade de Jaraguá do Sul – Patrimônio Arquitetônico dos Caminhos Históricos" é uma iniciativa da Fundação Cultural de Jaraguá do Sul e do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Cultural, Arqueológico, Artístico e Natural (Comphaan) e tem como objetivo, através de tombamentos de edificações, a preservação da memória e da identidade do município, o conhecimento da história, o fortalecimento da cultura e o incremento do turismo local. A elaboração do projeto teve o assessoramento técnico de profissionais da Fundação Cultural, da arquiteta mestre em tecnologia e teoria da conservação e do restauro Yone Yara Pereira, e da também arquiteta Rosália Wall, especialista em conservação e restauração de monumentos e sítios históricos.
Os trabalhos de catalogação dos imóveis históricos iniciaram em 1994. Entre os dados registrados em fichas estão o ano de construção da edificação, o estado de conservação, as características arquitetônicas e para qual fim se destinou e se destina a obra. Na fase atual, os técnicos preparam a documentação para o tombamento de vários prédios e casas, principalmente os localizados na região central do município, onde o risco de demolição de imóveis históricos é maior, devido à escassez de espaços para abrigar a construção de novos empreendimentos e residências.
Segundo o fiscal do Patrimônio Histórico e um dos integrantes do Comphaan, arquiteto e urbanista Carlos Baratto, "as edificações históricas fazem parte do patrimônio cultural do município. Através deste projeto de preservação queremos deixar um legado para as futuras gerações. O tombamento é uma forma de mantermos a nossa identidade. O poder público tem o dever de preservar a história. A memória da evolução arquitetônica ao longo dos anos é apenas uma maneira de resguardarmos esse patrimônio. Com isso, permitiremos que nossos filhos e netos visualizem as etapas do desenvolvimento do ambiente onde vivemos, valorizando as realizações dos nossos antepassados. As construções em estilo enxaimel, por exemplo, só encontramos, praticamente, no Norte de Santa Catarina e em algumas regiões do Rio Grande do Sul. Por isso, a importância desse tipo de projeto".
Fonte: Carlos Baratto – arquiteto e urbanista e fiscal do Patrimônio Histórico – (47) 2106-8156
Altamir Ricardo
Jornalista (0003380 SC)
Diretoria de Comunicação
Prefeitura de Jaraguá do Sul
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