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Doutora em Educação fala para profissionais municipais do setor

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Público superior a 550 pessoas, entre professores, administradores, recreadores, atendentes de berçários, auxiliares de sala e convidados, participou na manhã desta segunda-feira (19), no Grande Teatro da Scar, da 2ª Parada Pedagógica de 2010. O ponto alto do encontro ficou por conta da palestra "Planejamento e Registro na Educação Infantil" com a doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professora do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Luciana Esmeralda Ostetto.

Durante as duas horas e meia de palestra, Luciana abordou a reflexão sobre a prática pedagógica na educação infantil, notadamente questões referentes ao planejamento e ao registro do cotidiano vivenciado pelos profissionais da educação. Entre as primeiras citações da palestrante esteve a menção a uma das frases do pedagogo italiano Loris Malaguzzi (1920-1994), autor das teorias Pedagogia da Escuta e a Teoria das Cem Linguagens: "Viver com as crianças é trabalhar um terço com a certeza e dois terços com a incerteza e o novo".

Segundo Luciana, "planejamento é atitude e envolve todas as ações e situações do educador no cotidiano do seu trabalho pedagógico. Não pode ser apenas um papel na ficha da criança repleta de objetivos determinados pela supervisão. O desafio do educador é ver a criança capaz de realizar algo além do que é passado a ela. Planejamento é um sonho projetado, documentado, mas que pode se transformar numa fôrma, num aprisionamento. Planejar envolve escuta e de olhar. O que educa é a atitude do educador, no que ele faz ou deixa de fazer. O importante não é apenas a atividade pedagógica. É preciso observar, observar, observar,…".

Para a doutora, com o passar do tempo, os adultos se moldam com a rotina do trabalho e com a padronização de procedimentos, tão presentes no nosso dia a dia. "O olhar adulto não consegue ver nada fora do lugar. Dessa maneira, como vamos entender as múltiplas linguagens das crianças?", questiona Luciana, referindo-se à apresentação de modelos prontos e a falta de espaço que se dá às crianças para novos experimentos que elas poderiam realizar. De acordo com a professora, as inquietudes das crianças "não podem ser vistas apenas como uma bagunça, mas como uma revelação de desejos, de vontades, de necessidades. Elas produzem cultura, e não são apenas um produto da cultura. É preciso ampliar repertórios e possibilidades de expressão. Pedagogos devem propor um caminho para as crianças e não o caminho", complementa Luciana.

Quanto à necessidade de o educador registrar o quotidiano do que é vivenciado com as crianças, a palestrante enfatiza a prática da observação, da formulação de perguntas e de anotações. "O registro pertence ao educador e ele não deve fazê-lo se preocupando por ser um documento que será mostrado para os seus supervisores. Tem que ser descritivo e analítico. Apontar os porquês do que aconteceu e acontece com a criança. É preciso compreender o passado e aprender com a experiência para redefinir o planejamento. Não tem como construir um projeto de trabalho, um planejamento, sem registros", finaliza a especialista.

Fonte: Graciosa Otília Fock – diretora de Educação Infantil – (47) 2106-8246

Altamir Ricardo
Jornalista (0003380 SC)
Diretoria de Comunicação
Prefeitura de Jaraguá do Sul
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