Um novo olhar sobre a Festa Estadual do Colono do Rio da Luz

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O Vale do Rio da Luz integrado à área do Patrimônio Paisagístico, com chancela do Instituto do Patrimônio  Histórico  e Artístico Nacional [IPHAN], neste fim de semana realizará entre os dias 13 a 16 de julho, a 19ª Festa do Colono, em homenagem ao homem do campo.

Esta região rural, recentemente, se tornou destaque na mídia regional em detrimento da mesma, se tornado objeto de pesquisa científica, de jornalismo cultural e difusão do turismo rural. Este interesse sobre área do Vale do Rio da Luz está intimamente  focado  ao movimento de colonização germânica [pomeranos e alemães], que neste local iniciaram o assentamento, por volta da década de 60 do século XIX.

E foi nesta área onde há quase 150 anos, aproximadamente, que se construiu ao longo dos tempos, um conjunto de valores associados ao patrimônio edificado como, igrejas, escolas, cemitérios e sociedades de tiro ao alvo.

Paralelamente, se preservou atravessando gerações, também  um conjunto  de representações ligadas ao patrimônio imaterial relacionado à memória da música, culinária, canções folclóricas, canto religioso luterano.

Nas duas últimas décadas, o Salão Centenário organizou anualmente, no seu calendário de eventos, a edição da Festa Estadual do Colono, molda pela cultura germânica. A  mesma é um tributo  ao  homem trabalhador do campo.

Nesta perspectiva é importante salientar a efetiva participação voluntária das famílias remanescentes dessa colonização, na organização dos festejos do Dia do Colono comemorado neste evento, mas datado em 25 de julho. Valendo, também destacar a pujança da sociedade do trabalho  rural, em território jaraguasulense é ligada a esse pioneirismo, precursor do desenvolvimento da agricultura, pecuária, avicultura e suinicultura.

Por esta significativa contribuição nos aspectos, econômico, social e cultural, os pomeranos e alemães construíram uma rede de amplas relações,  que originou em meio a paisagem natural, um espaço de cultura material e imaterial. Isso desencadeou no olhar de cientistas e pesquisadores, a necessidade de preservar este Patrimônio Paisagístico, que foi mapeado, visando a defesa da identidade e da história regional.

Este momento sublime  é pautado, no respeito e gratidão a este povo, que também construiu pelos desafios diários, pelo viés do trabalho e lida da terra, uma marca conhecida entre nós, Vale do Rio da Luz, aqui eu moro  e preservo a história da minha gente. Destarte, compete ao Poder Público, proteger através de políticas de defesa, este marco e seu lastro no entorno.

Compreender esta complexidade é comemorar o Dia do Colono, vislumbrando um novo horizonte, marcado por novas perspectivas de renda familiar à favor do colono desta região, orgulhosamente, catarinense.

Seja bem vindo à Festa Estadual  do Colono e conheça o vale que virou área de Patrimônio Paisagístico, o que mudará o curso da história de vida, dessa gente simples, ordeira e trabalhadora.

Ademir Pfiffer – Historiador