Serviço contempla visitas domiciliares do médico ESF e equipe e também fisioterapia domiciliar. Se considerado o Programa de Curativos Domiciliares e as visitas dos agentes comunitários de saúde, o número passa de 13 mil atendimentos mensais
No posto de saúde do Rio da Luz, toda quarta de manhã é dia de visitar os pacientes que não podem ir até o posto. Dona Erna Reinke, 88 anos, que fraturou o fêmur em abril deste ano, é uma das pacientes. Nesta quarta (3), ela e a família receberam a visita do médico da Estratégia Saúde da Família, Ramon Vieira, da dentista Caroline LieberKnecht Harati, da enfermeira Juliana Constante e da agente comunitária Mara Cátia Ribas. Durante a visita, o médico orientou a família a respeito das alterações nos exames de sangue de dona Erna, prescreveu medicamentos e falou sobre os cuidados com a alimentação. A enfermeira averiguou a pressão, observou aspectos como a cor da pele, e o ressecamento próximo ao local da fratura. Enquanto a enfermeira e o médico atendiam dona Erna, a dentista Caroline orientou a neta sobre a alimentação e a higienização dos dentes da pequena Isabela, bisneta de dona Erna, que toma mamadeira durante a madrugada e usa chupeta. "É muito bom receber a visita da equipe do posto aqui em casa. Depois que eles vêm, a gente se cuida mais", confessa dona Erna, que terá que ficar de repouso até que osso se calcifique. A visita à dona Erna e a todos os pacientes que precisam de atendimento domiciliar é agendada pela agente comunitária de saúde.
Saindo do Rio da Luz em direção ao outro lado da cidade, no bairro Estrada Nova, o paciente mais antigo de Rosana Mara da Silva Crestani, fisioterapeuta da Secretaria da Saúde, espera a profissional da qual depende a sua qualidade de vida. Paulo Mikolaiczyki, 45 anos, tem esclerose lateral amiotrófica, uma doença que atinge os nervos e músculos progressivamente. Respira e se alimenta por aparelhos. Não movimenta nenhuma parte do corpo, a não ser os olhos, com os quais se comunica com a família. Paulo é visitado de segunda a quinta-feira pela fisioterapeuta, que realiza um trabalho de fisioterapia pulmonar, com o objetivo de evitar pneumonia de repetição e, com isso, a internação hospitalar. "Com essa fisioterapia, meu marido pode ter um pouco de qualidade de vida", conta a esposa Marizete Zanchetta, 37 anos, que largou o emprego em empresa para cuidar do marido.
Seguindo a BR-280 em direção ao bairro Ribeirão Cavalo, próximo à Escola Ribeirão Cavalo, fica a casa da dona Joana Urbanski Mokua, 90 anos, que há um mês recebe a visita da equipe de Curativos Domiciliares, da Secretaria da Saúde, para trocar os curativos das feridas que tem pelo corpo, por estar acamada. A equipe utiliza material importado devido à gravidade dos ferimentos e para que as feridas não aumentem. Dona Joana recebe a visita da equipe duas vezes por semana.
O trabalho feito na casa de dona Joana, do Paulo e da dona Erna faz parte do serviço de atendimento domiciliar prestado pela Secretaria da Saúde de Jaraguá do Sul, todos os dias, aos pacientes que não têm condições de se deslocar até os serviços de saúde. Fazem parte do serviço as visitas domiciliares da equipe Estratégia Saúde da Família (médico ESF, dentista, enfermeiro, agente comunitário), o Programa Curativos Domiciliares (auxiliares de enfermagem que vão até a casa de pacientes com feridas graves e que não podem se deslocar), o Programa de Fisioterapia Domiciliar e as visitas dos agentes comunitários de saúde. Em Jaraguá do Sul, são realizadas, em média, 130 visitas domiciliares mensais com a presença de profissionais de saúde de nível superior (ex. médico, enfermeiro, dentista, fisioterapeuta). Profissionais de nível médio, como agentes comunitários de saúde e técnicos de enfermagem, fazem, em média, 13 mil visitas domiciliares por mês. Desde o início do ano até o final de junho, a Secretaria da Saúde realizou 743 visitas domiciliares com profissionais de nível superior e 66.807 visitas domiciliares com profissionais de nível médio. Os números são do sistema de informações integrado da Saúde, gerenciado pela empresa Olostech.
O secretário da Saúde, Ademar Possamai, avalia que as visitas domiciliares são importantes e feitas por profissionais capacitados, que auxiliam os pacientes com necessidades especiais. Possamai explica que onde as equipes ESF não estão completas ou ainda não foram formadas, como nos bairros Santo Antônio, Vila Lalau, Rio Cerro II e Santa Luzia, os profissionais que serão contratados por concurso público deverão suprir a demanda.
A população pode se informar sobre as visitas domiciliares no posto de saúde mais próximo.
Fonte: Ademar Possamai – secretário da Saúde – (47) 2106-8411, 9973-3323
Clarissa Hammes Borba de Oliveira
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