Com honras militares, SC se despediu do secretário de Estado no Centro Administrativo do governo
Os catarinenses se despediram do secretário de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST), João José Candido da Silva na manhã desta segunda-feira. A cerimônia de honras militares para última homenagem ocorreu no Centro Administrativo do Governo do Estado, na Capital. Logo após, o corpo foi levado em cortejo para Balneário Camboriú, onde ocorreu a cremação. Candido foi vítima de um infarto por volta das 4h30min de domingo, na residência da família, no bairro Jurerê Internacional, em Florianópolis.
O governador Raimundo Colombo decretou luto oficial de três dias no Estado. Colombo, que participou do velório do secretário, de quem era amigo pessoal, disse que é uma grande perda para Santa Catarina.
– Foi uma vida inteira dedicada a serviço da sociedade como médico e gestor público. Cândido era uma pessoa extraordinária. Ele sempre se preocupou com o bem estar das pessoas – comentou.
Vida política
Nascido em Blumenau em 1948, Candido da Silva formou-se em Medicina pela UFSC. Foi médico do Corpo Clínico do Hospital de Caridade e era especialista em medicina desportiva. Possuía ainda especialização em Administração Hospitalar pela FGV/SP e mestrado em Administração pela UFSC, além de ser professor universitário na UFSC há 38 anos.
Durante 13 anos trabalhou em Brasília nas décadas de 1980 e 1990. Em 1991, atuou na Secretaria Executiva, exercendo o cargo interino de Ministro da Saúde e outros cargos de secretário nacional na Saúde. Além disso, foi Chefe de Gabinete do Ministério da Previdência e foi 2º Secretário Nacional de Assistência Social do País em 1998.
No Ministério da Educação, foi chefe da Assessoria Especial de Ciências da Saúde e coordenador dos Hospitais Universitários (HUs). Representou tanto o MEC quanto o Ministério da Saúde no Conselho Federal de Entorpecentes (Confen).
De volta ao Estado, foi titular da Secretaria de Estado da Saúde até 2002 e, posteriormente, assumiu a secretaria municipal de Saúde da Capital, onde permaneceu até março de 2012, quando assumiu a Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST).
Jornalista Sandra Domit – MTB 6290
Assessora de Comunicação
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Velório de secretário Cândido reúne adversários políticos em Florianópolis
Intensa presença de políticos é notada no Centro Administrativo.
Diogo Vargas
Integrantes desta e de outras gestões do governo estadual, sejam eles rivais políticos ou não, técnicos, servidores de carreira ou ex-funcionários públicos, familiares, amigos e conhecidos passaram pelo velório do secretário de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST),João José Cândido da Silva, neste domingo, em Florianópolis.
::: Moacir Pereira: essa foi uma grande perda para SC
A despedida, no saguão do Centro Administrativo, teve nas primeiras horas um intenso movimento de políticos catarinenses. Muitos até de siglas rivais se encontraram para o adeus ao médico de 65 anos, morto num infarto de madrugada em casa, em Jurerê Internacional.
O clima entre os presentes alternava entre o impacto pela forma fulminante como morreu e a lembrança da trajetória de serviços públicos – especialmente na saúde – prestados ao longo de governos estaduais, municipais na Capital, e também em Brasília. Cândido nunca foi candidato – "nem a síndico de prédio", como brincava.
– É uma grande perda. Foi um dos principais instituidores e construtores do SUS no Brasil. Agora no final, eu tava pensando, 'acho que o Cândido na Saúde…'. Chamei ele, que me disse: 'Raimundo, eu já estou com 65 anos, acho que consegui colocar uma área no mapa (assistência social) onde as pessoas não têm voz e esse trabalho me estimula mais que poder, espaço, então me deixa lá' – lembrou o governador Raimundo Colombo (PSD) sobre o convite recente que o fez para que assumisse a Secretaria de Estado da Saúde.
O vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB), também presente, o conhecia desde o final da década de 1980 quando era deputado federal. -Um homem muito generoso, preocupado com o bem-estar. É daquele bons exemplos e que no momento tocava uma área deficiente no Estado – sintetizou.
O deputado federal e ex-governador Esperidião Amin (PP) chegou em seguida a Pinho Moreira acompanhado da mulher, a ex-prefeita Angela Amin (PP).
– Em inteligência, no Brasil, não há outras quatro pessoas tão competentes na compreensão do que é o SUS. Também iniciou a média e alta complexidade. Era um homem muito exigente consigo próprio – disse Esperidião Amin.
A secretária da Justiça e Cidadania e deputada estadual licenciada Ada de Luca (PMDB), vizinha de Cândido, conversou com ele horas antes, na noite de sábado, por telefone.
– Estava bem alegre, falante como sempre, feliz com a visita da filha de São Paulo – comentou, entristecida.
Nos últimos tempos, Cândido focava o resultado das ações na área social e objetivos para 2014 que apresentaria na mobilização estadual de prefeitos que acontece na semana. Assessores garantem que, desde 2013, Cândido atendeu mais de 200 prefeitos.
– Era nossa referência. Fazia as coisas acontecerem – declarou Alessandro Abreu, secretário de Assistência Social de Florianópolis.
Alice Kuerten, mãe do tenista Gustavo Kuerten e conhecida por projetos na área social em Florianópolis, afirmou no velório que Cândido vinha liderando trabalhos importantes com os moradores de rua e nas Apaes de Santa Catarina.
– O diferencial dele é que, além de tanta ideia, queria sempre agir, ansioso até, mas querendo fazer acontecer – elogiou Alice Kuerten.
Dor com a perda do filho
Amigos e ex-colegas relataram no velório que Cândido, apesar de sempre demonstrar força e dedicação no trabalho, guardava a dor pela perda precoce de um dos três filhos, Luciano, então com 20 anos, morto em 1994 num acidente de trânsito.
O corpo de João José Cândido da Silva será cremado nesta segunda-feira, às 10h, em Balneário Camboriú. O governador Raimundo Colombo decretou luto oficial de três dias.
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