Planejar caminhos para a valorização da bananicultura, dos produtos derivados da banana e todos os projetos que envolvem a história, turismo e cultura ligadas a este setor. Este é o foco principal do encontro da Rede de Cooperação de Desenvolvimento Sustentável – Indicação Geográfica e patrimônio cultural que foi aberto na noite de quinta-feira (19) e segue até o fim da tarde desta sexta-feira (20) no Hotel Tureck, em Corupá.
A Rede de Cooperação de Desenvolvimento Sustentável é uma organização composta de representantes de entidades governamentais e não-governamentais e foi criada há pouco mais de dois anos com o intuito de levantar e valorizar os produtos tracionais de Santa Catarina afim de gerar desenvolvimento para as regiões de onde são produzidos e também evitar o êxodo rural.
A reunião em Corupá contou com a presença de 50 representantes das áreas de pesquisa de instituições e entidades representativas do setor produtivo e do poder público municipal e estadual. O prefeito de Corupá João Carlos Gottardi e vice Arno Neuber e o prefeito de São Bento do Sul Magno Bolmann e o vice Marcio Dreveck também estiveram presentes no encontro. Uma infinidade de produtos a base de banana foram apresentados em um coffe break aos participantes como forma de mostrar como a produção de banana pode agregar valor aos seus derivados.
Segundo a diretora executiva da Associação de Bananicultores de Corupá (Asbanco) Eliane Cristina Müller, Corupá foi escolhida para receber a reunião por que a cidade busca a Indicação Geográfica (IG) de banana mais doce do Brasil. “A partir do momento que Corupá obtiver o IG de banana mais doce do Brasil temos argumentos e ferramentas para desenvolver outros projetos entorno dela que vão desde um maior incremento no setores turístico, gastronômico e industrial de nossa cidade e região”, completa.
Para o prefeito João Carlos Gottardi, são grupos como este que vem à Corupá que auxiliam os representantes do poder público e privado da cidade a ter uma visão diferenciada e planejar ações para o crescimento ainda maior da bananicultura que é orgulho para os corupaenses.
O que é Indicação Geográfica
O registro de Indicação Geográfica (IG) é conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de os distinguir em relação aos seus similares disponíveis no mercado. São produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) é a instituição que concede o registro e emite o certificado. Já o Ministério da Agricultura (Mapa) é uma das instâncias de fomento das atividades e ações para Indicação Geográfica (IG) de produtos agropecuários.
Sobre a Rede
De acordo com Miguel Luciano da Silva, um dos coordenadores da Rede de Cooperação de Desenvolvimento Sustentável o grupo tem como objetivo identificar e valorizar os produtos tracionais de Santa Catarina e gerar desenvolvimento para as regiões de onde são produzidos evitando assim o êxodo rural. Para isso, foram convidadas instituições como o instituto Mapa, IBGE, Epagri, universidades e representantes do setor agrícola e produtivo de derivados para compor a Rede. Desde então, ocorrem reuniões trimestrais e que têm como meta maximizar os recursos e esforços para potencializar produtos locais.
Miguel destaca ainda que a função da Rede também é auxiliar na captação de recursos destinados a projetos que compreendem as linhas de indicação geográfica e patrimônio cultural. Dentre estes está o programa SC Rural – iniciativa do Governo do Estado que conta com financiamento do Banco Mundial (Bird) para aumentar a competitividade da agricultura familiar catarinense.
Até agora já foram levantados pela Rede de Cooperação de Desenvolvimento Sustentável:
– O vinho de uva Goethe (no Sul do Estado)
– A erva-mate (Norte de SC)
– O queijo Serrano (Região Serrana)
– O queijo Koesher (Região Nordeste – Joinville)
– Derivados da carne suína (Oeste do Estado)
– A Banana mais doce (Região Nordeste – Corupá e região)
Entre os assuntos discutidos nos dois dias de reunião da Rede de Cooperação de Desenvolvimento estiveram:
– A importância da Cultura e da História para o Sucesso de uma Indicação Geográfica com o mestre Darlan Jevaer Schmitt.
– A Asbanco e o papel do Associativismo em Corupá com o presidente da entidade Adolar Behnke
– Projeto da Indicação Geográfica (IG) da banana de Corupá: situação atual, proposta de ampliação para os produtos derivados e perspectivas –com a diretora executiva da Asbanco Eliane Müller
– Valorização das pessoas, ativos e territórios a partir do turismo tural com o professor Carlos Cappelini (Diretor de Políticas Integradas do Lazer da Secretaria do Estado de Turismo, Cultura e Esporte)
– Censo Agropecuário 2017 – IBGE
– Os impactos da IG da uva Goethe na região de Urussanga – com Patrícia Mazon – Progoethe e Vinícola Mazon
– Os possíveis IGs de SC em especial do Planalto Norte (dificuldades, perspectivas, processo de registro- Epagri/Mapa e SOL)
– Avaliação do workshop catarinense de Indicação Geográfica de Agosto/2017
Assessoria de Imprensa – Prefeitura de Corupá